Meredith Gentry 1 - CloudMe

Olhe-o, impassível. Ajudava-me o fato de que estava tão cansada que mal
podia pensar, mas era algo mais que isso. Sentia-me vazia interiormente e
deixei que minha cara o mostrasse. Deixei-lhe ver que não representava nada
para mim embora, conhecendo o Griffin, sabia que não acreditaria.
Deu um passo adiante, com uma mão estendida como se fosse agarrar a
minha. Eu o fulminei com o olhar até que baixou de novo a mão e pela primeira
vez, pareceu sentir-se incômodo.
Passeou o olhar por meus acompanhantes, e depois voltou a posá-la em
mim.
-A rainha insistiu em que eu não estivesse ali esta noite. Pensou que isso
poderia te incomodar. -A segurança se afundou em seus olhos para deixar
passo à ansiedade. -O que perdi esta noite?
-O que está fazendo aqui, Griffin? – eu disse. Minha voz estava tão vazia
como meu coração.
Trocou o peso do corpo de um pé a outro. Era evidente que a reunião não
se desenvolvia segundo suas expectativas.
-A rainha disse que tinha levantado o celibato da Guarda para ti.
Seus olhos se dirigiram ao Doyle e a seguir, aos outros. Torceu o gesto ao
ver o trasgo. Não gostava de nenhum deles. Não gostava que eu estivesse em
braços de outro. Percebi um fugaz brilho de satisfação, insignificante, mas real.
-Que a rainha tenha levantado o celibato para mim e só para mim não
responde a minha pergunta, Griffin.
Franziu o cenho.
-Por que está aqui? -Perguntei.
-A rainha me disse que tinha te advertido de que enviaria a um guarda eleito
por ela.
Tentou voltar a sorrir, mas o sorriso se desvaneceu quando o olhei.
-Está tentando me dizer que a rainha te enviou como espião dela?
Levantou a cabeça, e seu delicado queixo se esticou. Era um sinal
inequívoco de que não se sentia a gosto.
-Pensei que você gostaria, Merry. Há muitos guardas com os que seria pior
compartilhar sua cama.
Neguei com a cabeça e apoiei a cara no ombro do Doyle.
-Estou muito cansada para isto.
-O que quer que nós façamos, Meredith? -Perguntou Doyle.
O olhar do Griffin se endureceu, e me precavi de que Doyle tinha utilizado
meu primeiro nome deliberadamente; não um título, a não ser meu nome.
Isto me fez sorrir.
-Me leve ao quarto e te ponha em contato com a rainha. Não me obrigarão
a voltar a compartilhar a cama com ele, sob nenhum conceito.
Griffin deu um passo para nós e me acariciou o cabelo. Doyle me pôs fora
de seu alcance girando os ombros.
-Ela foi minha consorte durante sete anos -disse Griffin, e esta vez havia
raiva em sua voz.
-Então deveria havê-la valorado como o precioso presente que é.
-Vai, Griffin – eu disse. -Conseguirei que a rainha envie a algum outro.
Ficou diante do Doyle, bloqueando nosso caminho para os elevadores.
-Merry Merry, não...?
-Sente nada? -Acabei a frase por ele. -Sinto a necessidade de sair deste
vestíbulo antes de atrair a uma multidão.