Meredith Gentry 1 - CloudMe

-Se te inclinar para frente, desabotoarei-te o vestido.
Fiz o que pedia, apoiei a cabeça contra seu peito. O tecido de sua camisa
raspava um pouco, mas suas mãos desabotoavam o vestido lenta e
delicadamente. As gemas de seus dedos se deslizaram no vestido aberto,
desenhando círculos na suave pele de minhas costas. Tentei lhe tirar a camisa
de dentro das calças, mas não se movia:
-Não te posso tirar a camisa.
-Está presa para que caia com graça -disse.
-Presa? -Perguntei.
-Teria que tirar as calças para tirar a camisa.
Ruborizou-se, sua pele mostrava um maravilho cor rosa avermelhado.
-O que foi, Frost?
O jato da banheira se fechou. Kitto disse:
-O banho está preparado, senhora.
-Obrigado, Kitto. -Olhei ao Frost. -Me responda, Frost. O que foi?
Baixou a cabeça, com todo seu brilhante cabelo atuando como uma cortina.
Separou-se de mim para fixar o olhar na parede oposta, de maneira que nem
sequer o trasgo podia lhe ver a cara.
-Frost, por favor não me obrigue a saltar do lavabo para te olhar. A única
coisa que me falta é torcer outro tornozelo.
Frost falou sem voltar a cabeça.
-Não confio em mim mesmo contigo.
-Em que sentido? -Perguntei.
-No sentido de um homem com uma mulher.
Ainda não lhe compreendia.
-Não o entendo, Frost.
Voltou-se de repente para me olhar; suas pupilas eram da cor das nuvens
de tormenta.
-Quero cair sobre ti como uma besta voraz. Não quero ser doce.
Simplesmente quero.
-Está dizendo que não confia em ti em que não... -Procurava uma palavra
melhor, mas não a encontrei: -Violará-me?
Assentiu.
Não pude conter a risada. Sabia que não gostaria, mas simplesmente não
podia evitar.
Sua cara se endureceu, mostrou-se mais arrogante, distante, com os olhos
frios mas ainda zangado.
-O que quer de mim, Meredith?
-Frost, me perdoe, mas não pode violar a quem se oferece.
Torceu o gesto.
-Quero ter relações sexuais contigo esta noite. Este é o plano. Como pode
ser isto violação?
Negou com a cabeça e seu cabelo riscou um círculo de luz.
-Não o entende. Não confio em que possa me controlar.
-Em que sentido?
-Em nenhum sentido! -Afastou-se de novo.
Finalmente comecei a intuir o que tentava me dizer.
-Se preocupa não durar o suficiente para me dar agradar?
-Isso e...
-O que, Frost, o quê?