boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
9. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados<br />
em 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55, caput, da Lei 9.099/95.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, acordam os Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal<br />
dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,<br />
no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a fazer parte integrante do<br />
pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
BRUNO DUTRA<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
12 - 0000564-79.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000564-3/01) SANDRA MARIA PAULINO BISPO (ADVOGADO:<br />
ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA<br />
FONSECA FERNANDES GOMES.).<br />
RECURSO N. 0000564-79.2008.4.02.5052/01<br />
RECORRENTE: SANDRA MARIA PAULINO BISPO<br />
RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />
EMENTA<br />
RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA<br />
DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL – LAUDOS PARTICULARES INSUFICIENTES PARA<br />
ATESTAR A INCAPACIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA<br />
1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fl. 70/71 que julgou<br />
improcedente o pedido autoral de r<strong>es</strong>tabelecimento de benefício auxílio-doença e de sua posterior conversão em<br />
aposentadoria por invalidez. Em suas razõ<strong>es</strong> de recurso (fls. 83/84), a recorrente alega, em sínt<strong>es</strong>e, que os laudos médicos<br />
acostados aos autos demons<strong>tr</strong>ariam que ela permanece incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho além da data da c<strong>es</strong>sação do<br />
benefício. Assim, postula pelo conhecimento e provimento do recurso para que sejam deferidos os benefícios pleiteados,<br />
com o pagamento das parcelas re<strong>tr</strong>oativas. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 102/103.<br />
2. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º9.099/95).<br />
3. Inicialmente, cabe d<strong>es</strong>tacar que o auxílio-doença, como se ex<strong>tr</strong>ai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao<br />
segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou<br />
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. De seu turno, a aposentadoria por invalidez, por<br />
força do disposto no artigo 42, do m<strong>es</strong>mo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será<br />
devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação<br />
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />
4. A autora, ora recorrente, atualmente com 35 anos de idade (fl. 24), <strong>tr</strong>abalhadora rural, alega possuir depr<strong>es</strong>são crônica e<br />
labirintite, enfermidad<strong>es</strong> que a incapacitariam para o exercício de suas atividad<strong>es</strong> habituais. O laudo pericial de fls. 59/61<br />
diagnosticou depr<strong>es</strong>são e ruptura do menisco do joelho direito, mas d<strong>es</strong>cartou a existência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho.<br />
O perito r<strong>es</strong>saltou que a autora, ao exame físico, se encon<strong>tr</strong>ava lúcida, bem orientada no tempo e no <strong>es</strong>paço, com<br />
movimentos de extensão e flexão da perna e do joelho direitos e marcha normais.<br />
5. A autora <strong>es</strong>teve em gozo de benefício doença até 30/10/2007, de modo que deveria comprovar que sua capacidade não<br />
<strong>es</strong>tava r<strong>es</strong>tabelecida n<strong>es</strong>sa data. Contudo, os documentos particular<strong>es</strong> não são suficient<strong>es</strong> para afastar a conclusão da<br />
perícia oficial. No que tange ao problema ortopédico (<strong>tr</strong>auma do joelho), observa-se que houve apenas incapacidade<br />
temporária, decorrente de queda de bicicleta, conforme laudo de fl. 79. Não há laudos atuais apontando a existência de<br />
doenças ortopédicas, o que corrobora o diagnóstico normal do perito do Juízo. Pelo con<strong>tr</strong>ário, há laudos informando <strong>es</strong>tado<br />
de normalidade (fls. 80/81). Já quanto aos problemas de ordem psicológica, inobstante existirem nos autos laudos atuais<br />
demons<strong>tr</strong>ando a existência das alegadas enfermidad<strong>es</strong>, há que se r<strong>es</strong>saltar que não se pode confundir os conceitos de<br />
enfermidade e incapacidade, já que o indivíduo pode <strong>es</strong>tar acometido por doença, sem, contudo, apr<strong>es</strong>entar incapacidade<br />
laborativa. O único laudo recente que aponta a nec<strong>es</strong>sidade de afastamento do <strong>tr</strong>abalho (fl. 107) não pode ser analisado de<br />
forma isolada para a conc<strong>es</strong>são do benefício, mormente ao se considerar a orientação da Súmula nº 08 da Turma Recursal<br />
do Espírito Santo “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em<br />
princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o<br />
particular”.<br />
6. Vale r<strong>es</strong>saltar que, a d<strong>es</strong>peito da regra pr<strong>es</strong>crita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de ex<strong>tr</strong>ema importância para<br />
auxiliar o julgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem,