17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

previstos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º d<strong>es</strong>sa m<strong>es</strong>ma lei, casos de pr<strong>es</strong>unção da dependência, <strong>es</strong>ta deve ser<br />

efetivamente comprovada.<br />

3. A qualidade de segurado do falecido r<strong>es</strong>ta comprovada nos autos. A con<strong>tr</strong>ovérsia cinge-se quanto ao preenchimento da<br />

dependência econômica. Se, por um lado, a dependência econômica do pai ou da mãe em relação ao filho não precisa ser<br />

exclusiva, por ou<strong>tr</strong>o, deve ser mais do que um simpl<strong>es</strong> auxílio financeiro, ou seja, verdadeiramente <strong>es</strong>sencial para<br />

sobrevivência da demandante, sendo <strong>es</strong>se o parâme<strong>tr</strong>o utilizado na pr<strong>es</strong>ente decisão.<br />

4. In casu, alguns aspectos important<strong>es</strong> merecem d<strong>es</strong>taque. O filho da autora possuía 25 anos de idade, não tinha filhos,<br />

nem m<strong>es</strong>mo era casado ao tempo de sua morte, o que possibilita pr<strong>es</strong>umir que não havia ou<strong>tr</strong>os gastos. Além disso, há nos<br />

autos elementos probatórios que demons<strong>tr</strong>am a dependência en<strong>tr</strong>e a autora e seu filho. Como elencado pela sentença a<br />

quo, há comprovante de uma ficha aberta na Mercearia P<strong>es</strong>sin em nome do de cujus, autorizando a recorrida a efetuar<br />

compras (fl. 30) e notas de aquisição de produtos na empr<strong>es</strong>a Mundo dos Tecidos, realizadas pela autora em conta aberta<br />

em nome do de cujus (fl. 31).<br />

5. Ademais, ao analisar a prova t<strong>es</strong>temunhal, verifica-se que todas afirmaram a dependência econômica da autora com seu<br />

filho. Conforme sentença a quo, em seu depoimento p<strong>es</strong>soal, a autora afirmou que: r<strong>es</strong>idia com <strong>tr</strong>ês filhos; o instituidor era<br />

o único com emprego fixo; realizava algumas faxinas, mas <strong>es</strong>tava com problema em sua mão; o de cujus <strong>tr</strong>abalhava e<br />

<strong>es</strong>tudava em Colatina, retornando para sua casa nos finais de semana. A primeira t<strong>es</strong>temunha pr<strong>es</strong>tou important<strong>es</strong><br />

<strong>es</strong>clarecimentos sobre a causa, pois, muito embora não freqüentasse a r<strong>es</strong>idência da demandante, afirmou ser comerciante<br />

e que a autora realizava compras de roupas a prazo em seu <strong>es</strong>tabelecimento, sendo as contas pagas posteriormente pelo<br />

de cujus. Ademais, afirmou que o instituidor do benefício auxiliava nas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as do lar. A segunda t<strong>es</strong>temunha, além de<br />

afirmar que o instituidor auxiliava nas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as do lar, confirmou as informaçõ<strong>es</strong> colhidas do depoimento p<strong>es</strong>soal da<br />

demandante, de que ele <strong>tr</strong>abalhava em São Gabriel da Palha e Colatina durante a semana, retornando para a r<strong>es</strong>idência da<br />

genitora nos finais de semana.<br />

6. O INSS alegou que há nos autos um Con<strong>tr</strong>ato de Parceria agrícola de fls. 52/56, no qual o Sr. Odílio Nun<strong>es</strong> de Souza<br />

consta como companheiro da recorrida. N<strong>es</strong>s<strong>es</strong> termos, a remuneração do de cujus não seria a única a compor a renda<br />

familiar, já que o suposto companheiro receberia aposentadoria no valor de um salário mínimo. Ocorre que tal con<strong>tr</strong>ato foi<br />

firmado em 01/06/1993, sendo que, em audiência, a autora afirmou que na época do óbito já <strong>es</strong>tava separada de fato do<br />

companheiro. Além disso, as t<strong>es</strong>temunhas foram uníssonas em dizer que a recorrida morava somente com os filhos. A<br />

dependência econômica ensejadora de conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado tem que ser comprovada no momento do óbito do<br />

de cujus, sendo irrelevante, portanto, qualquer relação de dependência anterior a <strong>es</strong>te fato.<br />

7. Conclui-se, por fim, que o falecido filho ajudava economicamente a autora, sendo tal auxílio substancial para a<br />

sobrevivência da m<strong>es</strong>ma, e não mero auxílio <strong>es</strong>porádico. Diante do que fora analisado, tomo como razão de decidir os<br />

m<strong>es</strong>mos fundamentos da sentença.<br />

8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

9. Custas ex lege. Honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

36 - 0000787-95.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000787-5/01) OSIVALDO RODRIGUES DA PAIXÃO DE SOUZA<br />

(ADVOGADO: PAULA GHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO<br />

SOCIAL - INSS (PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).<br />

RECURSO DE SENTENÇA N.º 0000787-95.2009.4.02.5052/01<br />

RECORRENTE: OSIVALDO RODRIGUES DE PAIXÃO SOUZA<br />

RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />

EMENTA<br />

RECURSO INOMINADO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ARTIGO 20 DA LEI N.º<br />

8.742/93. INCAPACIDADE NÃO RECONHECIDA. LAUDO PERICIAL REGULAR. ANÁLISE SISTEMÁTICA DOS<br />

ELEMENTOS DE PROVA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença de fl. 52/54, que julgou<br />

improcedente o pedido inicial de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto no artigo 20 da Lei n.º 8.742/93 (LOAS), ante<br />

a não comprovação dos requisitos legais da incapacidade e da miserabilidade. Em razõ<strong>es</strong> de recurso, o autor (39 anos,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!