17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

16 - 0000366-71.2010.4.02.5052/02 (2010.50.52.000366-5/02) LAUDELINA MARIA DE SOUZA (ADVOGADO: PAULA<br />

GHIDETTI NERY LOPES, ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).<br />

RECURSO DE SENTENÇA Nº 0000366-71.2010.4.02.5052/02<br />

RECORRENTE: LAUDELINA MARIA DE SOUZA<br />

RECORRIDO(A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. COISA JULGADA NÃO<br />

CONFIGURADA. PERÍODO DE EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL POSTERIOR AO AJUIZAMENTO DA PRIMEIRA<br />

AÇÃO COMPROVADO. TRABALHO RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR CARACTERIZADO. REQUISITOS<br />

LEGAIS PREENCHIDOS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.<br />

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou extinto o proc<strong>es</strong>so<br />

sem r<strong>es</strong>olução de mérito, na forma do art. 267, inciso IV, do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, sustenta<br />

a recorrente que comprovou o exercício de atividade rural pelo período nec<strong>es</strong>sário ao preenchimento da carência exigida.<br />

Alega que, inobstante a sentença recorrida tenha reconhecido a coisa julgada, o pedido autoral se refere a novo<br />

requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, tendo, inclusive, o d<strong>es</strong>pacho inicial reconhecido causa de pedir diversa nas duas açõ<strong>es</strong>. D<strong>es</strong>sa<br />

forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. Não foram<br />

apr<strong>es</strong>entadas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

2.Em se <strong>tr</strong>atando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige, tão somente, que o <strong>tr</strong>abalhador rural<br />

preencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividade<br />

rural, ainda que d<strong>es</strong>contínua, por tempo igual ao número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente à carência do benefício<br />

pretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991), carência <strong>es</strong>ta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei<br />

nº 8.213/1991.<br />

3. A perda da qualidade de segurado não impede a conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº<br />

8.213/1991 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos nec<strong>es</strong>sários ao deferimento do benefício.<br />

4. De início cabe afastar a ocorrência do instituto da coisa julgada ao caso vertente, porquanto a sentença proferida na ação<br />

de n.º 2006.50.52.000363-7 analisou o pedido de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade formulado pela parte<br />

recorrente referente ao indeferimento do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo deduzido em 2006, circunstância em que não se<br />

considerou o período de atividade rural subscrito em con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola ainda em curso ao tempo da prolação da<br />

sentença, referente ao período compreendido en<strong>tr</strong>e 2005 e 2009. Com efeito, tem-se, claramente, que o novo requerimento<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo, perpe<strong>tr</strong>ado em 02/03/2010 submeteu ao crivo da Autarquia Previdenciária período de labor rural <strong>es</strong><strong>tr</strong>anho ao<br />

anterior requerimento, razão pela qual não há identidade de causa de pedir en<strong>tr</strong>e as duas açõ<strong>es</strong>.<br />

5. Ora, ainda que haja identidade de part<strong>es</strong> e de pedido (benefício de aposentadoria por idade rural), a causa de pedir é<br />

diversa, visto que se <strong>tr</strong>ata de requerimentos adminis<strong>tr</strong>ativos distintos, r<strong>es</strong>tando comprovada a modificação das<br />

circunstâncias fáticas. A causa de pedir é elemento fundamental da identidade da demanda. D<strong>es</strong>se modo, não se verificou<br />

a coisa julgada, nos termos do art. 301, e parágrafos do CPC.<br />

6. A recorrente nasceu em 25/12/1944 (fl. 15) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 02/03/2010<br />

(fl. 08), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período nec<strong>es</strong>sário à<br />

carência exigida.<br />

7. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrente juntou aos autos os seguint<strong>es</strong><br />

documentos: i) Certidão de Casamento, realizado em 29/10/1965, constando a profissão do marido como lavrador (fl. 14); ii)<br />

ficha de ma<strong>tr</strong>icula <strong>es</strong>colar da filha, datada de 1985, constando a profissão dos pais como lavrador<strong>es</strong> (fls. 16/17); iii) con<strong>tr</strong>ato<br />

de parceria agrícola, com prazo de 4 anos, firmado em 06/10/2003, at<strong>es</strong>tando a autora como parceira outorgada (fls. 19/21);<br />

iv) con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola, com prazo de 4 anos, firmado em 07/11/2005, at<strong>es</strong>tando a autora como parceira<br />

outorgada(fls. 22/24); v) documentos relativos à propriedade rural (fls. 25/40), den<strong>tr</strong>e ou<strong>tr</strong>os.<br />

8. A Certidão de Casamento, contendo a qualificação profissional do recorrente como lavrador, datada em 29/10/1965,<br />

constitui início de prova material contemporâneo à época dos fatos e tem sua validade probatória amparada pelo verbete nº<br />

6 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização. A prova t<strong>es</strong>temunhal tem o condão de ampliar o início de prova material,<br />

abrangendo todo o período nec<strong>es</strong>sário à conc<strong>es</strong>são do benefício.<br />

9. Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor proc<strong>es</strong>sual na interpretação do conceito de documento novo quando

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!