17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

encon<strong>tr</strong>a ads<strong>tr</strong>ito ao laudo pericial; e iv) que a incapacidade não pode ser fixada apenas sob o ponto de vista médico,<br />

devendo ser analisado, também, os demais elementos sociais da parte. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 93/96.<br />

2. Inicialmente, cabe d<strong>es</strong>tacar que o auxílio-doença, como se ex<strong>tr</strong>ai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao<br />

segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou<br />

para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. De seu turno, a aposentadoria por invalidez, por<br />

força do disposto no artigo 42, do m<strong>es</strong>mo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será<br />

devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação<br />

para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

3. No caso sob apreço, o autor, porteiro, atualmente com 52 anos de idade, alega, em sua inicial, possuir hipertensão<br />

arterial severa e poliar<strong>tr</strong>ose (CID 10:I10/M15), encon<strong>tr</strong>ando-se com dor<strong>es</strong> e limitaçõ<strong>es</strong> em razão da doença. A perícia<br />

produzida nos autos (fls. 62/63), formalizada por médico ortopedista e <strong>tr</strong>aumatologista, constatou ar<strong>tr</strong>ose e discopatia<br />

degenerativa na coluna lombar. O expert, porém, afirmou que o autor possui aptidão para exercer a atividade habitual de<br />

porteiro (r<strong>es</strong>posta ao qu<strong>es</strong>ito 08 e 09), r<strong>es</strong>salvando, apenas, que o autor deve evitar carga de p<strong>es</strong>o ex<strong>tr</strong>emo em coluna<br />

lombar. Conclui, assim, que não há incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho.<br />

4. Os documentos particular<strong>es</strong> juntados pelo autor não são suficient<strong>es</strong> para afastar a conclusão pericial, senão vejamos: i)<br />

às fls. 12/13 constam exam<strong>es</strong> médicos que indicam a existências de problemas na coluna lombar do autor; ii) à fl. 14 consta<br />

laudo médico at<strong>es</strong>tando que o recorrente se encon<strong>tr</strong>ava, em Diante da conclusão pericial, em 2010, sob <strong>tr</strong>atamento de<br />

hipertensão arterial; às fls. 15/17 consta laudo médico indicando a existência de incapacidade em razão de problemas<br />

ortopédicos.<br />

5. Analisando os referidos documentos, <strong>es</strong>te relator entende que inexistem nos autos elementos capaz<strong>es</strong> de balizarem a<br />

caracterização da incapacidade da parte para o labor em geral, sendo certo que a existência de eventual patologia não<br />

implica, nec<strong>es</strong>sariamente, inaptidão funcional. O único laudo que, de fato indica incapacidade (fls. 15/17) não possui aptidão<br />

para o meu convencimento, mormente porque incida como profissão do autor a de conferente, sendo certo que, conforme<br />

CNIS, d<strong>es</strong>de 1997 sua profissão é a de porteiro. Assim, os documentos médicos juntados pela parte autora, in casu, não<br />

são hábeis para afastar as conclusõ<strong>es</strong> da perícia médica judicial, nos termos do Enunciado de n. 08 da Turma Recursal dos<br />

Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo:<br />

O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,<br />

imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.<br />

(DIO - Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 18/03/04, pág. 59).<br />

5. Em que p<strong>es</strong>e à eventual relevância das condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais da parte autora, ante a sustentada alegação de<br />

incapacidade, entendo que <strong>es</strong>tas devem ser analisadas de maneira a complementar o diagnóstico do perito, e não de modo<br />

a d<strong>es</strong>considerá-lo. N<strong>es</strong>s<strong>es</strong> termos, m<strong>es</strong>mo que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os fator<strong>es</strong> da idade avançada e do suposto baixo grau de<br />

ins<strong>tr</strong>ução, <strong>es</strong>t<strong>es</strong> não seriam o bastante para caracterizar a incapacidade do recorrente e o conseqüente direito ao benefício<br />

de auxílio-doença, tampouco à aposentadoria por invalidez, já que a perícia judicial, realizada de maneira regular, sem<br />

falhas ou vícios capaz<strong>es</strong> de torná-la nula, at<strong>es</strong>tou claramente a capacidade do recorrente, motivo pelo qual entendo não ser<br />

possível que se considerem apenas as suas condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais para que possibilitem a caracterização de incapacidade.<br />

6. Assim, a parte autora, ora recorrente, não logrou êxito em <strong>tr</strong>azer aos autos provas robustas, que pud<strong>es</strong>sem se sobrepor<br />

ao laudo pericial, o qual goza de pr<strong>es</strong>unção de veracidade. D<strong>es</strong>se modo, deve ser mantida a sentença proferida pelo juiz a<br />

quo, de modo a não ser concedido o pedido autoral.<br />

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei n°. 9.099/95).<br />

8. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas proc<strong>es</strong>suais e de honorários advocatícios, cujo valor,<br />

considerada a complexidade da causa, arbi<strong>tr</strong>o em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistência<br />

judiciária gratuita à fl. 54, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, acordam os Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal<br />

dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,<br />

no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a fazer parte integrante do<br />

pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

52 - 0006124-37.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006124-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO<br />

SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.) x GENECI BATISTA DE SOUZA<br />

(ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!