17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, acordam os Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal<br />

dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,<br />

no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

31 - 0006806-60.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006806-4/01) HELVECIO FURIERI (ADVOGADO: MARIA DA<br />

CONCEICAO SARLO BORTOLINI, ALMIR ANTONIO JUNIOR, INGRID SILVA DE MONTEIRO, MARCELO<br />

CARVALHINHO VIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER<br />

DARROZ ROSSONI.).<br />

RECURSO N. 2008.50.50.006806-4/01<br />

RECORRENTE: HELVECIO FURIERI<br />

RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL DR. BRUNO DUTRA<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

ELETRICISTA – NÃO COMPROVADO – FALTA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL – PROVA EXCLUSIVAMENTE<br />

TESTEMUNHAL – IMPOSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado, interposto por HELVECIO FURIERI, em face de sentença de fls. 58/62, que julgou<br />

improcedente o pedido de condenação do INSS a converter o tempo de con<strong>tr</strong>ibuição referente ao período 01/05/1973 a<br />

26/04/1975 em tempo <strong>es</strong>pecial. O recorrente alega, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que exerceu atividade perigosa durante o<br />

período con<strong>tr</strong>overso, mas que a sentença a quo r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingiu seu direito de ação ao não aceitar a produção de prova<br />

t<strong>es</strong>temunhal. Pugna, assim, pela nulidade da m<strong>es</strong>ma, a fim de que seja produzida a prova t<strong>es</strong>temunhal. O INSS apr<strong>es</strong>entou<br />

con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> requerendo a manutenção da sentença.<br />

2. Com relação ao reconhecimento e ao cômputo de atividade considerada <strong>es</strong>pecial, é importante salientar que, na vigência<br />

dos Decretos nº 53.831/64 e 83.080/79, bastava o enquadramento da atividade d<strong>es</strong>envolvida como exposta a um dos<br />

agent<strong>es</strong> nocivos (físicos, químicos ou biológicos) previstos no Anexo integrante ao Decreto ou o enquadramento pela<br />

categoria profissional. Somente após o advento da Lei nº 9.032, em 28/04/1995, surgiu a nec<strong>es</strong>sidade de prova da real<br />

exposição do <strong>tr</strong>abalhador/segurado aos agent<strong>es</strong> nocivos.<br />

3. O autor afirma ter <strong>tr</strong>abalhado, no período compreendido en<strong>tr</strong>e 01/05/1973 a 26/04/1975, como ele<strong>tr</strong>icista, tendo sido<br />

exposto a atividade perigosa, qual seja, exposição a tensão elé<strong>tr</strong>ica superior a 250 volts. Aduz que a empr<strong>es</strong>a pela qual<br />

<strong>tr</strong>abalhava não teria fornecido o formulário de tempo <strong>es</strong>pecial no período alegado, pedindo, portanto, a produção de prova<br />

t<strong>es</strong>temunhal objetivando comprovar o <strong>tr</strong>abalho perigoso que exercia.<br />

4. O Código de Proc<strong>es</strong>so Civil é claro em dizer, em seu art. 400, que a prova t<strong>es</strong>temunhal é sempre admissível, d<strong>es</strong>de que<br />

a lei não disponha de modo diverso. Ocorre que a Lei nº 8.213/91 proíbe expr<strong>es</strong>samente prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal<br />

para o reconhecimento de tempo de serviço, dispondo da seguinte maneira:<br />

“Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma <strong>es</strong>tabelecida no Regulamento, compreendendo, além do<br />

corr<strong>es</strong>pondente às atividad<strong>es</strong> de qualquer das categorias de segurados de que <strong>tr</strong>ata o art. 11 d<strong>es</strong>ta Lei, m<strong>es</strong>mo que anterior<br />

à perda da qualidade de segurado.<br />

§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos d<strong>es</strong>ta Lei, inclusive mediante justificação adminis<strong>tr</strong>ativa ou judicial,<br />

conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova<br />

exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no<br />

Regulamento.”<br />

5. O autor não carreou aos autos qualquer início de prova material indicando o exercício de atividade perigosa durante o<br />

tempo afirmado, <strong>es</strong>tando impossibilitado de comprovar suas afirmaçõ<strong>es</strong> a<strong>tr</strong>avés de prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal.<br />

Sendo assim, não há em que se alterar a sentença a quo.<br />

6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistência<br />

judiciária.<br />

A C Ó R D Ã O

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!