17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

32 - 0004922-64.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.004922-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x MARCOS ANTONIO RIBEIRO SOARES (ADVOGADO: CHRISTOVAM RAMOS<br />

PINTO NETO.).<br />

RECURSO DE SENTENÇA Nº 2006.50.50.004922-0/1<br />

RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RECORRIDO(A): MARCOS ANTÔNIO RIBEIRO SOARES<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL – AVERBAÇÃO DO PERÍODO LABORADO EM CONDIÇÕES<br />

ESPECIAIS – ATIVIDADE PREVISTA NO DECRETO 53.831/64 – EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS DE MANEIRA<br />

PERMANENTE E HABITUAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face de sentença de fls. 68/72 que julgou procedente o pedido,<br />

condenando o recorrente a converter, em atividade comum, as atividad<strong>es</strong> exercidas em caráter <strong>es</strong>pecial no período<br />

compreendido en<strong>tr</strong>e 01/01/1977 e 31/12/1984 e a averbar tal período para fins de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria. O<br />

recorrente alega, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a atividade d<strong>es</strong>envolvida pelo autor (emendador/cabista) não <strong>es</strong>tava<br />

prevista nos Decretos nºs. 53.831/64 e 83.080/79. Aduz que o autor não apr<strong>es</strong>entou documentos aptos a comprovar a<br />

insalubridade em que <strong>es</strong>teve exposto durante <strong>es</strong>se período. Afirma, ainda, que os agent<strong>es</strong> informados pelo documento de<br />

fl. 16 não <strong>es</strong>tão previstos na legislação como nocivos à saúde, bem como alega que o autor exercia uma diversidade de<br />

atividad<strong>es</strong>, sendo possível concluir que não havia uma exposição habitual e permanente a nenhum agente nocivo.<br />

2. Cabe r<strong>es</strong>saltar que, para a configuração e demons<strong>tr</strong>ação do exercício de atividade sob condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais exigia-se,<br />

d<strong>es</strong>de a instituição da aposentadoria <strong>es</strong>pecial pela Lei 3.807/60, apenas o enquadramento do segurado em alguma das<br />

atividad<strong>es</strong> profissionais consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física, às quais a legislação vigente conferia<br />

pr<strong>es</strong>unção absoluta de nocividade. Posteriormente, com a edição da Lei 9.032/95, foi alterada a redação do § 4º do art. 57<br />

da Lei 8.213/91, passando a exigir a comprovação da exposição do <strong>tr</strong>abalhador ao agente nocivo.<br />

3. Diante disso, faz-se nec<strong>es</strong>sário d<strong>es</strong>tacar que a con<strong>tr</strong>ovérsia se limita ao período laborado en<strong>tr</strong>e 01/01/1977 a 31/12/1984.<br />

Assim sendo, não há nec<strong>es</strong>sidade da comprovação efetiva de exposição ao agente nocivo, pois a insalubridade já se<br />

pr<strong>es</strong>ume somente com a indicação da atividade profissional d<strong>es</strong>envolvida.<br />

4. N<strong>es</strong>se sentido, verifica-se que a atividade profissional d<strong>es</strong>envolvida pela parte autora, qual seja, emendador/cabista (fl.<br />

16), <strong>es</strong>tá prevista no Decreto nº 53.831/64, bem como classificada como atividade perigosa:<br />

1.1.0 – FÍSICOS<br />

1.1.8 – ELETRICIDADE<br />

Operaçõ<strong>es</strong> em locais com ele<strong>tr</strong>icidade em condiçõ<strong>es</strong> de perigo de vida.<br />

Trabalhos permanent<strong>es</strong> em instalaçõ<strong>es</strong> ou equipamentos elé<strong>tr</strong>icos com riscos de acident<strong>es</strong> - Ele<strong>tr</strong>icistas, cabistas,<br />

montador<strong>es</strong> e ou<strong>tr</strong>os.<br />

5. Além disso, ao analisar o m<strong>es</strong>mo documento, constata-se que o autor <strong>es</strong>teve exposto, de maneira habitual e<br />

permanente, ao agente químico chumbo durante a soldagem e d<strong>es</strong>soldagem a quente den<strong>tr</strong>o de caixas subterrâneas.<br />

Conforme <strong>es</strong>tabelecido pelo Decreto 53.831/64, atividad<strong>es</strong> que envolvam o agente nocivo chumbo são consideradas<br />

insalubr<strong>es</strong>, senão vejamos:<br />

1.2.0 - QUÍMICOS<br />

1.2.4 - CHUMBO<br />

Operaçõ<strong>es</strong> com chumbo, seus sais e ligas:<br />

IV - Soldagem e d<strong>es</strong>soldagem com ligas à base de chumbo, vulcanização da borracha, tinturaria, <strong>es</strong>tamparia, pintura e<br />

ou<strong>tr</strong>os.<br />

6. Diante do exposto, não há que prosperar as alegaçõ<strong>es</strong> recursais do INSS, uma vez que a atividade exercida pelo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!