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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 9<br />

Vale ressaltar três aspectos quanto à <strong>abordagem</strong> desse<br />

autor em relação à utilização <strong>do</strong> adjetivo "<strong>penoso</strong>". O primeiro<br />

refere-se à delimitação da organização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> como foco<br />

privilegia<strong>do</strong> de análise das condições de <strong>trabalho</strong>. O segun<strong>do</strong> diz<br />

respeito ao objeto de estu<strong>do</strong> - sofrimento psíquico - mais<br />

especificamente as estratégias psicológicas de defesa coletivamente<br />

a<strong>do</strong>tadas pelos trabalha<strong>do</strong>res. Em terceiro lugar o autor qualifica como<br />

"<strong>penoso</strong>s" os efeitos psicológicos e não o <strong>trabalho</strong>, ou melhor, a<br />

organização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. Mais precisamente, DEJOURS refere-se a<br />

efeitos "<strong>penoso</strong>s" da organização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> e não a efeitos da<br />

organização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> "penosa" para a saúde mental.<br />

É compreensível que ele não se refira a condições de<br />

<strong>trabalho</strong> "penosas" pois está preocupa<strong>do</strong> em investigar a vivência <strong>do</strong><br />

trabalha<strong>do</strong>r e não em analisar a condição de <strong>trabalho</strong>, embora dela se<br />

utilize para subsidiar a investigação da vivência <strong>do</strong> coletivo de<br />

trabalha<strong>do</strong>res. Nessa perspectiva a qualidade "penosa" é identificada<br />

na vivência psicológica <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res e não na organização <strong>do</strong><br />

<strong>trabalho</strong>.<br />

A última <strong>abordagem</strong>, a qual entende o "<strong>trabalho</strong> <strong>penoso</strong>"<br />

como aquele que demanda esforço físico e psíquico, é representada<br />

pelo <strong>trabalho</strong> de DESSORS(1985), quan<strong>do</strong> emprega o adjetivo<br />

"<strong>penoso</strong>" para referir-se às exigências físicas e psíquicas <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> e<br />

de SELIGMANN SILVA(1986), reportan<strong>do</strong>-se a estu<strong>do</strong> de MARTINS<br />

RODRIGUES(1978) quan<strong>do</strong> relaciona "importantes repercussões a<br />

nível da fadiga e sofrimento psíquico"(p.88) a "condições laborais<br />

extremamente penosas."(p. 88).<br />

No âmbito da saúde mental e <strong>trabalho</strong>, é o mesmo estu<strong>do</strong><br />

de SELIGMANN SILVA(1986) quem nos confirma a inexistência da<br />

a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> termo "<strong>trabalho</strong> <strong>penoso</strong>" como conceito. Nele a autora faz<br />

um apanha<strong>do</strong> <strong>do</strong>s conceitos mais utiliza<strong>do</strong>s por diversas abordagens -<br />

Ergonomia, Psicopatologia <strong>do</strong> Trabalho, Psicofísiologia <strong>do</strong> Trabalho,<br />

Epidemiologia Social, Psicologia e Sociologia. O "<strong>trabalho</strong> <strong>penoso</strong>" não<br />

é arrola<strong>do</strong> como um deles.

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