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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 20<br />

por fim, avalidação consensual, feita pelo grupo de trabalha<strong>do</strong>res, pois<br />

objetiva-se, desta forma, evitar as tendências individuais.<br />

Os questionamentos aponta<strong>do</strong>s à proposta <strong>do</strong> Modelo<br />

Operário por BERLINGUER e BIOCCA (1987), LAURELL (1984)<br />

e MALLET(1988), embora não expressem diretamente, estão<br />

buscan<strong>do</strong> respostas para a natureza da experiência-subjetividade<br />

operária, quanto à relação indivíduo-grupo e quanto à sua lógica.<br />

Identifica-se que "a concepção que se perfila mais claramente nos<br />

textos é a subjetividade-experiência operária, como conhecimento<br />

latente acumula<strong>do</strong>, resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> viver e atuar numa determinada<br />

realidade, cujo porta<strong>do</strong>r é o grupo homogêneo, ou seja, a coletividade<br />

que compartilha dessa realidade"(LAURELL e NORIEGA, 1989,<br />

p. 88). Porém, não há uma discussão pormenorizada sobre a natureza<br />

da experiência-subjetividade operária, sobre a sua construção, nem<br />

sequer sobre sua relação com as condições objetivas de <strong>trabalho</strong>.<br />

Outra contribuição que incorpora o saber <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res é a de GRIMBER(1988) quan<strong>do</strong> investiga a construção<br />

social <strong>do</strong>s processos de saúde e <strong>do</strong>ença nos trabalha<strong>do</strong>res gráficos. Para<br />

a autora, "os processos de saúde-<strong>do</strong>ença são objeto de uma construção<br />

social que se expressa em mo<strong>do</strong>s de perceber, categorizar e significar<br />

a saúde e a enfermidade e em uma série de práticas em torno das<br />

mesmas. E por sua vez, esta construção implica sobretu<strong>do</strong> uma<br />

articulação de mo<strong>do</strong>s de representar o <strong>trabalho</strong>, isto é, esta construção<br />

supõe determina<strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s de relacionar o <strong>trabalho</strong> e a saúde-<strong>do</strong>ença.<br />

"Isto conduz a propor que estes saberes e práticas não foram<br />

gera<strong>do</strong>s só por especialistas (médicos e técnicos), nem são atributos<br />

exclusivos deles. Pelo contrário, os trabalha<strong>do</strong>res foram e são sujeitos<br />

ativos nesta construção."(p.03). No entanto, embora conceba a<br />

participação ativa <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res neste processo de construção,<br />

parte também <strong>do</strong> pressuposto de que ele é o resulta<strong>do</strong> de relações de<br />

hegemonia na sociedade, onde o saber e a prática médica jogam papel<br />

importante nessa articulação.

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