abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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congrega motoristas que preferem suportar o trânsito ao
comportamento provocador dos passageiros.
Para operacionalizar a trajetória os motoristas utilizam-se
de instrumentos formais que passam pela estrutura administrativa da
empresa e os informais, que fazem parte da cultura dos operadores.
Dentre os instrumentos formais os motoristas podem solicitar os
serviços do Plantão, já que este setor mantém contato com grande parte
dos operadores da garagem.
Uma outra forma também adotada para evitar trabalhar
em determinadas linhas onde se vivenciou incidentes de risco,
principalmente os relativos a atritos com passageiros, é obter um
comunicado da chefia de tráfego ou do fiscal de linha autorizando-o a
não operá-las.
Como estas, muitas outras estratégias para operacionalizar
essas trajetórias são utilizadas. Na visão de um dos motoristas
escalados: "sempre se dá um jeito para não voltar para a linha". No
entanto, isso não quer significar que os motoristas tenham a total
liberdade para escolher a linha que mais lhe seja adequada. Os limites
existem e têm suas conseqüências.
Dentre os instrumentos informais, eles podem solicitar
"uma troca" com algum companheiro que, através das informações que
circulam, é um possível interessado em proceder à permuta, afixar um
pequeno cartaz no local onde ficam os operadores da reserva,
comunicando seu interesse.
As trajetórias informais são ações adaptativas que se
delineiam ao longo do tempo de trabalho na empresa e que não são
apenas coincidências casuais, mas guardam relação com a penosidade
do trabalho. Confluem para a linha ruim os motoristas que conseguem
melhor administrar os incômodos que a caracterizam, o mesmo
ocorrendo com relação à linha boa. Estas informações também
elucidam como se dá a rotatividade, entre linhas, ativamente