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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 80<br />

vários estu<strong>do</strong>s que já demonstraram essa relação, citamos apenas<br />

alguns deles: KALIMO e cols.(1987), DEJOURS e cols.(1985),<br />

SELIGMANN SILVA(1986), DEJOURS(1980),<br />

FRIEDMANN(1983), DIESAT(1989), SELIGMANN SILVA e<br />

cols.(1985), SELIGMANN SILVA e cols. (1986) e BORGES(1990).<br />

Se a organização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> em nossa sociedade planeja<br />

previamente a partir da centralização <strong>do</strong> poder to<strong>do</strong>s os detalhes para<br />

a realização das tarefas e se existem claras evidências de que ela traz<br />

repercussões negativas para a saúde física e mental, segue a pergunta:<br />

como o trabalha<strong>do</strong>r, neste caso, o motorista, poderia exercer o<br />

controle? E, em sen<strong>do</strong> possível, isto significaria que ele tem poder?<br />

GUSTAVSEN (s.d.) sob a ótica da saúde considera<br />

relevante a possibilidade de o trabalha<strong>do</strong>r exercer controle sobre o<br />

<strong>trabalho</strong> pois isso "contribui positivamente para a redução da<br />

insatisfação, <strong>do</strong>enças mentais, etc..(•••) torna as pessoas mais capazes<br />

de agüentar e lidar com praticamente to<strong>do</strong>s os problemas stressantes<br />

<strong>do</strong> ambiente de <strong>trabalho</strong>. O controle torna as pessoas capazes de<br />

enfrentar o problema"(p. 136).<br />

O controle, conforme foi observa<strong>do</strong> nessa investigação, é<br />

realiza<strong>do</strong> através de práticas que vão sen<strong>do</strong> construídas no decorrer da<br />

trajetória profissional e a<strong>do</strong>tadas no dia a dia de <strong>trabalho</strong>.<br />

Isto significa que pensar a penosidade <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é pensar<br />

sobre as práticas no <strong>trabalho</strong> e a linguagem empregada pelos<br />

motoristas que permite organizá-las e comunicá-las. Esta articulação<br />

explica porque eles constróem nominações específicas, chistes e até<br />

mesmo dita<strong>do</strong>s.<br />

Neste estu<strong>do</strong> identificamos nas falas <strong>do</strong>s motoristas<br />

considerações sobre a possibilidade <strong>do</strong> exercício de controle como:<br />

estar "adapta<strong>do</strong>" ou "acostuma<strong>do</strong>" com o <strong>trabalho</strong>, a existência de<br />

"linhas boas", a existência de contextos em que é "fácil trabalhar". Ou<br />

seja, embora o poder seja centraliza<strong>do</strong>, através da Programação, a<br />

linguagem e as práticas explicitam a possibilidade de exercer o controle

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