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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 72<br />

então você vem tranqüilo, vem com a lotação normal <strong>do</strong> carro, o carro<br />

deslancha mais, você pára menos".<br />

O controle sobre o <strong>trabalho</strong> não está apenas articula<strong>do</strong> com<br />

a noção de "<strong>trabalho</strong> <strong>penoso</strong>". Conforme evidências de estu<strong>do</strong><br />

realiza<strong>do</strong> por HARRISON(1988) ele também encontra-se articula<strong>do</strong><br />

com a noção de <strong>trabalho</strong> perigoso : " O perigo se manifesta nos<br />

acontecimentos específicos onde os trabalha<strong>do</strong>res reconhecem que o<br />

controle jamais é absoluto. Existem incertezas em cada situação e os<br />

recursos necessários para conter os efeitos nocivos não estão sempre<br />

disponíveis"(p* 78).<br />

O <strong>trabalho</strong> é "<strong>penoso</strong>" quan<strong>do</strong> o trabalha<strong>do</strong>r não tem<br />

conhecimento, poder e instrumentos para controlar os contextos de<br />

<strong>trabalho</strong> que suscitam vivências de desconforto e desprazer, dadas as<br />

características e necessidades e limite subjetivos. Enfim, o <strong>trabalho</strong> é<br />

"<strong>penoso</strong>" quan<strong>do</strong> o trabalha<strong>do</strong>r não é sujeito da situação. Quan<strong>do</strong> isto<br />

ocorre, o <strong>trabalho</strong> é senti<strong>do</strong> como "desumano, força<strong>do</strong>"(OLIVEIRA,<br />

1971, p. 314).<br />

 Ruptura<br />

Quan<strong>do</strong> não é possível manter o equilíbrio que permite ao<br />

motorista exercer o controle sobre os contextos de <strong>trabalho</strong> que<br />

incomodam, irritam e que exigem esforço a mais dá-se a ruptura; ou<br />

seja, quan<strong>do</strong> há uma exigência <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> maior <strong>do</strong> que é possível<br />

corresponder, haven<strong>do</strong> transgressão <strong>do</strong> ritmo e limite subjetivo.<br />

Para os motoristas a ruptura se expressa diretamente na<br />

saúde. É quan<strong>do</strong> as coisas saem <strong>do</strong>s seus lugares, quan<strong>do</strong>/orça demais,<br />

provoca nervosismo, esta<strong>do</strong> de nervo abala<strong>do</strong>, e o motorista mistura.<br />

Esses esta<strong>do</strong>s emocionais vão sen<strong>do</strong> forja<strong>do</strong>s no decorrer <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong><br />

em determina<strong>do</strong>s contextos, ten<strong>do</strong>, portanto, um caráter cumulativo.<br />

Não haven<strong>do</strong> mecanismos adequa<strong>do</strong>s para lidar com esses esta<strong>do</strong>s

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