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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 89<br />

garagem. É neste perío<strong>do</strong> inicial mais ou menos prolonga<strong>do</strong>, mais ou<br />

menos provisório, mais ou menos compulsório, que começam a<br />

adquirir na sua experiência direta e mediante a troca de informações<br />

com os companheiros, o conhecimento sobre o <strong>trabalho</strong>, no que se<br />

refere a temas diversos, dentre eles as características das linhas, as<br />

tabelas, as programações, os tipos de passageiros, o tom imprimi<strong>do</strong> pela<br />

organização da empresa, as condições <strong>do</strong>s carros.<br />

É também nesse perío<strong>do</strong> que vão se conhecen<strong>do</strong> no<br />

<strong>trabalho</strong>, como se sentem, o que é mais ou menos vantajoso, o que é<br />

mais ou menos incômo<strong>do</strong>, como é melhor trabalhar; enfim, como se dá<br />

a relação contextos de <strong>trabalho</strong> e características subjetivas, ten<strong>do</strong> em<br />

vista, nessa relação a importância <strong>do</strong> conhecimento sobre o limite<br />

subjetivo.<br />

Como dizem os motoristas "toda linha tem espinho", ou seja,<br />

não é possível encontrar contextos de <strong>trabalho</strong> que propiciem a total<br />

ausência de incômo<strong>do</strong>s. A questão desloca-se então para outra<br />

direção: Onde e como trabalhar numa situação em que os "espinhos"<br />

não incomodem tanto?, ou, Quais "espinhos" podem ser melhor<br />

controla<strong>do</strong>s e quais não podem?<br />

Essas trajetórias são caminhos que, quan<strong>do</strong> as analisamos<br />

à luz da penosidade <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, têm sua funcionalidade voltada para<br />

a evitação <strong>do</strong> incômo<strong>do</strong>, <strong>do</strong> sofrimento e <strong>do</strong> esforço. Para trilhar esses<br />

caminhos os motoristas a<strong>do</strong>tam critérios varia<strong>do</strong>s e lançam mão de<br />

instrumentos também varia<strong>do</strong>s: os socializa<strong>do</strong>s entre os companheiros<br />

e os singulares.<br />

Os motoristas definem esses caminhos mediante a<br />

articulação de critérios diversos, tais como: ser escala<strong>do</strong>, reserva ou<br />

tornante, a linha em si, o tipo de passageiro, características <strong>do</strong><br />

itinerário, o esquema de folgas semanais, a tabela, o perío<strong>do</strong> de<br />

<strong>trabalho</strong>, o local de rendição, distância e condição para o transporte<br />

casa-<strong>trabalho</strong>-casa, a duração de cada meia viagem, o número e<br />

duração de pausas entre as meias-viagens. O que ocorre é a eleição

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