abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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tempo como resultado de concordância e interação colusiva, amiúde
inconscientes, entre membros da organização, quanto à forma que ela
irá assumir. Os mecanismos de defesa socialmente estruturados
tendem, portanto, a tornar-se um aspecto da realidade externa com a
qual novos e antigos membros da instituição devem entrar de
acordo."(p.13).
Tendo como perspectiva que as organizações são
influenciadas pelas necessidades psicológicas dos seus membros, a
autora analisou em seguida como a equipe de enfermagem enfrentava
a ansiedade gerada pela natureza da instituição e, consequentemente,
dos serviços que presta.
Vários são os mecanismos citados e atualizados na relação
com o paciente, como a "fragmentação do relacionamento
enfermeira-paciente", "despersonalização, categorização e negação da
importância do indivíduo", "distanciamento e negação de sentimento",
dentre outros.
MENZIES(1970) aprofunda a análise das motivações
intrapsíquicas que dão substrato ao desenvolvimento de tais
mecanismos, entendendo que são derivados dos mecanismos de defesa
psíquicos primitivos.
DEJOURS(1980), também a partir de perspectiva
psicanalítica, estuda o sofrimento mental advindo da organização do
trabalho e identifica a adoção de ideologias defensivas como
estratégia para ocultar o medo e a ansiedade gerados pelo trabalho.
Elas são também estratégias adaptativas e caracterizam-se por: serem
elaboradas por um grupo social particular, no qual se deve buscar a
sua especificidade; serem dirigidas contra perigos e riscos reais; sua
operacionalidade depender da participação de todos os membros do
grupo; serem dotadas de coerência; terem um caráter vital,
fundamental e necessário tornando-se obrigatórias.
MENZIES(1970) e DEJOURS(1980) aprofundam o
estudo destes mecanismos adaptativos a partir da dinâmica