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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 85<br />

características e exigências <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> prescrito e as características,<br />

necessidades e limite subjetivo <strong>do</strong> suportável pelo motorista.<br />

Esse processo exige uma ação <strong>do</strong>s motoristas que resulta<br />

no "jeito de cada um trabalhar", o qual visa "adaptar-se", "acostumar-se"<br />

com o <strong>trabalho</strong>. Em função de como se dá esse processo de construção<br />

de práticas é que as denominamos de ação adaptativa , pois implica<br />

em movimento, em ação <strong>do</strong> motorista em direção a algo e, nesse<br />

senti<strong>do</strong>, é um processo ativo.<br />

Também, como vimos no capítulo anterior, a construção e<br />

a prática de ações adaptativas depende, além das condições concretas<br />

de <strong>trabalho</strong>, <strong>do</strong> conhecimento que vai sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> e socializa<strong>do</strong><br />

ao longo da trajetória profissional na empresa, na garagem e na linha.<br />

Daí porque alguns motoristas referirem terem ti<strong>do</strong> o desejo de sair e<br />

mesmo solicita<strong>do</strong> demissão logo nos primeiros meses de empresa, pois<br />

não suportavam o <strong>trabalho</strong>, "não me acostumava".<br />

DANIELLOU, LAVILLE e TEIGER(1989), apontam a<br />

importância <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de adaptação onde nele o trabalha<strong>do</strong>r não<br />

necessita apenas aprender a realizar o <strong>trabalho</strong> mais rapidamente, "mas<br />

de reorganizar as seqüências informativas e gestuais de outra forma. O<br />

que só se pode fazer com experiência, o que leva tempo. Para tanto, é<br />

necessário, muito freqüentemente, ir contra as instruções e as<br />

prescrições fornecidas pela organização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>"(p.ll). A essas<br />

observações vale acrescentar, quan<strong>do</strong> se analisa o perío<strong>do</strong> de<br />

adaptação à luz da "penosidade" <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, que há uma outra<br />

dimensão que é a da construção e da experiência de práticas que<br />

possibilitem exercer maior controle sobre aquilo que é "<strong>penoso</strong>".<br />

HARRlSON(1988), nesse senti<strong>do</strong>, entende que "os rigores da<br />

atividade profissional preside a estruturação de um código informal<br />

onde as normas são baseadas na experiência, na qualificação da<br />

profissão e nas prescrições <strong>do</strong> grupo de <strong>trabalho</strong>. Este código contribui<br />

para o conhecimento <strong>do</strong>s perigos e cria por sua vez atitudes, valores e<br />

os modelos de comportamento "(p. 78).

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