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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 22<br />

a realidade objetiva e a realidade subjetiva. Com relação a esse aspecto<br />

há entendimentos distintos. Uma das abordagens existentes filia-se à<br />

tradição behaviorista, para a qual o mun<strong>do</strong> real está da<strong>do</strong>, de certa<br />

forma é natural e o conhecimento consiste em apreendê-lo tal qual ele<br />

é (BRUNER.1988). De outro la<strong>do</strong>, numa concepção idealista, o<br />

conhecimento é um ato de imaginação, essencialmente de natureza<br />

subjetiva, desvincula<strong>do</strong>, portanto, da realidade objetiva. Subjacente a<br />

essas duas abordagens há o pressuposto de que o mun<strong>do</strong> objetivo e o<br />

mun<strong>do</strong> subjetivo estão dicotomiza<strong>do</strong>s.<br />

Uma terceira vertente, à qual nos filiamos, entende que o<br />

mun<strong>do</strong> objetivo e o mun<strong>do</strong> subjetivo estão intimamente e<br />

dinamicamente articula<strong>do</strong>s. Nessa articulação, a realidade da vida<br />

cotidiana é construída coletivamente, a qual, por sua vez, produz o<br />

homem. Nesse senti<strong>do</strong> não se concebe uma natureza humana<br />

biológica, mas, ao contrário, é concebida como dinamicamente<br />

construída no mun<strong>do</strong> social, onde "o processo de tornar-se homem se<br />

efetua na correlação com o ambiente" (BERGER e LUCKMANN,<br />

1987, p. 71).<br />

Nessa concepção, a realidade da vida cotidiana é, para o<br />

homem comum, <strong>do</strong>tada de senti<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong> assim um mun<strong>do</strong><br />

coerente e ordena<strong>do</strong>. Para ele não há dúvida de que esse senti<strong>do</strong> é<br />

partilha<strong>do</strong> pelos outros homens, sen<strong>do</strong>, portanto, um mun<strong>do</strong><br />

intersubjeíivo. A coerência e o significa<strong>do</strong> desse mun<strong>do</strong> além de<br />

partilha<strong>do</strong> é socialmente construí<strong>do</strong>, caracterizan<strong>do</strong> o conhecimento<br />

<strong>do</strong> senso comum ou o conhecimento prático.<br />

Consonante a essa concepção, a teoria das Representações<br />

Sociais nos fornece elementos para refletir sobre a funcionalidade, a<br />

dinâmica e a estrutura <strong>do</strong> conhecimento prático, o qual engloba a visão<br />

<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r sobre a realidade <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong>. As representações<br />

sociais são formas de pensamento prático cuja funcionalidade reside<br />

em orientar a comunicação e a prática <strong>do</strong> dia a dia. Elas "dizem respeito<br />

aos conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong> pensamento cotidiano e ao suprimento de idéias que<br />

dá coerência às nossas crenças religiosas, às idéias políticas e às<br />

conexões que criamos tão espontaneamente como respirar. Elas nos

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