18.04.2013 Views

abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Pág. 21<br />

A autora avança na discussão sobre as representações que<br />

os trabalha<strong>do</strong>res têm sobre a relação <strong>trabalho</strong> e saúde acrescentan<strong>do</strong> :<br />

"... o conjunto de representações com respeito à relação <strong>trabalho</strong>-saúde<br />

conforma um saber que não se reduz ou se esgota nos aspectos comuns<br />

às categorias médicas, tampouco nos parece que pode ser pensa<strong>do</strong> em<br />

termos de limitação ou de versão empobrecida <strong>do</strong> saber médico - ainda<br />

quan<strong>do</strong> efetivamente nos casos individuais este saber possa a<strong>do</strong>tar essa<br />

forma"(p. 10). Ou seja, as representações <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res seguem<br />

uma lógica própria, diferencian<strong>do</strong>-se daquelas a<strong>do</strong>tadas pelas ciências<br />

atinentes à saúde e <strong>trabalho</strong>.<br />

Outro relato de pesquisa na área de saúde <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

parte <strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r para estudar a representação<br />

<strong>do</strong> risco entre operários. Nele HARRISON(1988) não aprofunda a<br />

noção de representação empregada, mas entende que, "o risco é uma<br />

noção onde a representação depende tanto <strong>do</strong> contexto social onde ela<br />

se constrói como da natureza <strong>do</strong> risco propriamente"(p. 78). Nessa<br />

<strong>abordagem</strong> não é considerada a dimensão subjetiva, que, no caso <strong>do</strong><br />

Modelo Operário, merece atenção e cuida<strong>do</strong>s especias a fim de evitar<br />

que as particularidades individuais sejam relevadas.<br />

Embora essas abordagens utilizem-se de noções como<br />

"subjetividade-experiência operária", "construção social" e<br />

"representações", identifica-se que, da<strong>do</strong> o não aprofundamento<br />

teórico sobre elas, não se pode delimitar claramente a concepção de<br />

cada uma e, embora identifiquemos pontos divergentes entre elas,<br />

mostram-se como noções que partem de uma nova ótica, a <strong>do</strong> saber<br />

<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r.<br />

Como estudamos o "<strong>trabalho</strong> <strong>penoso</strong>" através da<br />

perspectiva <strong>do</strong> conhecimento prático <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r cabe-nos expor a<br />

concepção que a<strong>do</strong>tamos nesta investigação, a fim de que possamos<br />

respeitar a sua lógica.<br />

A primeira questão a ser debatida refere-se à natureza<br />

desse conhecimento, especialmente quanto à relação que mantém com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!