abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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alimentação e sem infra-estrutura sanitária para os operadores. A
duração das pausas, exceto aos finais de semana e feriados, era
suficiente para os operadores saírem do ônibus, tomar café e descansar
um pouco. A "linha boa" tem um número menor de carros, trafega
quase que exclusivamente por ruas e avenidas estreitas, de intensa
movimentação, passando por vários cruzamentos com semáforos.
Atravessa um centro comercial e financeiro da zona leste e o ponto
final situa-se em bairro de classe média. A duração das pausas é em
geral bastante restrita, havendo horários em que os operadores têm o
tempo suficiente apenas para mudar o letreiro do ônibus e marcar o
horário de chegada e saída daquele ponto.
2 - O convívio na Unha
A segunda fase do trabalho de campo é onde se deram as
observações e as conversas com os motoristas, cobradores e fiscais nos
pontos finais e iniciais das duas linhas e o acompanhamento da jornada
de trabalho de alguns motoristas durante as viagens, pausas e refeições.
Esse foi um período de convívio onde pudemos compartilhar o
cotidiano de trabalho com os motoristas nas linhas, com duração
aproximada de três meses numa média de três dias por semana, nos
períodos de manhã, tarde e parte da noite. Partilhamos o trabalho em
dias de semana e aos sábados.
As observações e conversas, de início, não seguiam um
roteiro prévio, mas com o decorrer desse tempo de convívio
identificamos a existência de alguns aspectos que mereciam uma
exploração mais focalizada, principalmente quanto às expressões
empregadas, aos assuntos discutidos entre os motoristas e às práticas
comuns e singulares adotadas na linha, tanto nos momentos em que
estavam conduzindo os ônibus como naqueles em que se reuniam em
pequenos grupos, nos pontos finais e iniciais.
Identificamos que à medida em que começamos a nos
tornar familiar, por assim dizer, parte do grupo, mais e mais