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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 60<br />

Por isso um <strong>do</strong>s motoristas alertou: "A senhora não vai<br />

chegara conclusão nenhuma. Cada um acha de um jeito". Ele tem razão,<br />

caso nos ativessemos apenas aos motivos que se mostram na superfície<br />

das avaliações. Porém, subjacente a eles identificamos a existência de<br />

outras razões, agora comuns, que sustentam a eleição de motivos<br />

diversos, variáveis, mutáveis e por vezes aparentemente inconciliáveis.<br />

Das falas, discussões e polêmicas que os motoristas travam,<br />

constata-se que existem <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s que eles empregam para avaliar<br />

as linhas. O primeiro é construí<strong>do</strong> mediante a troca de informações e<br />

apreciação da experiência <strong>do</strong> grupo de motoristas e da observação, e<br />

o segun<strong>do</strong> através da experiência pessoal vivida no desempenho da<br />

atividade ocupacional como motorista de ônibus urbano. Esses <strong>do</strong>is<br />

méto<strong>do</strong>s de avaliação <strong>do</strong>s contextos de <strong>trabalho</strong> são interrelaciona<strong>do</strong>s,<br />

intersustenta<strong>do</strong>s e instrumentalizam o conhecimento <strong>do</strong>s motoristas<br />

sobre eles. Eles fazem parte da lógica que perpassa esse conhecimento.<br />

Optamos pelo emprego <strong>do</strong> termo contatos de <strong>trabalho</strong>por<br />

termos evidencia<strong>do</strong> que os motoristas concebem o <strong>trabalho</strong> em si como<br />

unidade, como totalidade, cuja configuração é determinada pela<br />

interação dinâmica entre os seus componentes, significan<strong>do</strong> também<br />

que cada um desses componentes apresenta-se sempre na sua<br />

interação com to<strong>do</strong>s os demais. Por este motivo seria fictício atribuir<br />

apenas a componentes isola<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> a causa da penosidade.<br />

Epjdemiologia <strong>do</strong> Senso Comum<br />

O primeiro méto<strong>do</strong> que os motoristas empregam pode ser<br />

denomina<strong>do</strong> de "Epidemiologia <strong>do</strong> Senso Comum", pois lida<br />

basicamente com indica<strong>do</strong>res. Segun<strong>do</strong> BERQUÓ, E., MILANESI,<br />

M.L. e LAURENTI, R.(1972) os indica<strong>do</strong>res de saúde ou indica<strong>do</strong>res<br />

sanitários são "elementos propostos internacionalmente no senti<strong>do</strong><br />

de medir saúde" (p.209). Tais indica<strong>do</strong>res de saúde são da<strong>do</strong>s<br />

populacionais sobre <strong>do</strong>enças, mortes, distribuição <strong>do</strong>s serviços de

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