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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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4 - O Controle<br />

Pág. 71<br />

O <strong>trabalho</strong> é complica<strong>do</strong>, ruim demais, problemático<br />

quan<strong>do</strong> há descontrole sobre o seu ritmo, geran<strong>do</strong> alterações e<br />

contextos de <strong>trabalho</strong> não familiares e consequentemente não<br />

<strong>do</strong>mináveis, poden<strong>do</strong> ou não estar dentro <strong>do</strong>s limites de<br />

suportabilidade.<br />

A percepção de descontrole sobre o <strong>trabalho</strong> na linha tem<br />

por referência o conhecimento anterior de que a programação e a<br />

tabela planejadas prevêem um andamento diferente <strong>do</strong> andamento<br />

real. A restrição quanto ao possível exercício <strong>do</strong> controle sobre o<br />

<strong>trabalho</strong> está relacionada à sua própria organização, onde o andamento<br />

de um carro é determina<strong>do</strong> e determina o andamento <strong>do</strong>s outros:"o<br />

motorista <strong>do</strong> carro da frente corre demais, entendeu. Ele passa num local<br />

adianta<strong>do</strong>, com diferença de 5 minutos, já é diferença, então ele sai<br />

daqui-alí, por exemplo... ele adiantan<strong>do</strong> esse percurso aqui, dalíprá lá,<br />

ele, o pessoal que sai, que sairia da fábrica não pega mais o carro dele, já<br />

pega o de trás, então ele adianta muito mais".<br />

O descontrole sobre o <strong>trabalho</strong> é senti<strong>do</strong> como gera<strong>do</strong>r de<br />

nervosismo, forja<strong>do</strong> por um processo cumulativo.* "vai esgotan<strong>do</strong><br />

demais o cara". Esgotar tem o senti<strong>do</strong> de tirar até a última gota, dan<strong>do</strong><br />

a noção de que não ter possibilidade de exercer controle sobre o<br />

<strong>trabalho</strong> faz com que a pessoa seja exigida além <strong>do</strong> seu limite.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, para que o <strong>trabalho</strong> seja senti<strong>do</strong> como fácil,<br />

menos desgastante, é necessário que existam contextos de <strong>trabalho</strong> que<br />

permitam ao motorista a<strong>do</strong>tar mecanismos de ajuste que lhe permitam<br />

controlar o <strong>trabalho</strong> mediante o conhecimento prévio da rotina e <strong>do</strong><br />

poder que detém, bem como <strong>do</strong> seu limite subjetivo. Assim, um "dia<br />

bom de <strong>trabalho</strong> que eu acho é o seguinte: a ferramenta de <strong>trabalho</strong>, o<br />

carro estan<strong>do</strong> normal, o carro estan<strong>do</strong> em condições de <strong>trabalho</strong>, então<br />

você sai com o carro da garagem você se sente bem, o carro estan<strong>do</strong> em<br />

condições de <strong>trabalho</strong>, então você faz o horário normal, os outros carros<br />

vão vir tu<strong>do</strong> normal, pouco trânsito... diminui o número de passageiros,

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