abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

Ânáiise dos dados
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O estudo do trabalho em sua relação com a saúde tem sido
realizado por várias áreas com abordagens e objetivos distintos. Cada
uma delas adota noções singulares para operacionalizar o estudo dessa
relação.
A Medicina do Trabalho adota a noção de riscos para
operacionalizar as investigações da relação condições de trabalho
(condições ambientais) e as doenças profissionais. Os riscos são
categorizados em físicos, químicos, biológicos e mecânicos, havendo
algumas variantes que acrescentam a esses os ergonômicos.
LAURELL e NORIEGA (1989) criticam a utilização dessa noção por
entenderem que ela restringe a compreensão da relação entre saúde e
trabalho a uma abordagem monocausal.
A Ergonomia de linha francesa adota a noção de carga de
trabalho para estudar os esforços exigidos pelo trabalho. São
identificados três grupos de carga: física, cognitiva e psíquica
(WISNER, 1987). A carga física compreende o consumo de oxigênio,
o gasto calórico, a freqüência cardíaca, dentre outras; medidas essas
que permitem avaliar o "custo fisiológico" (WISNER, 1987, p.110).
Estão compreendidas como componentes da carga cognitiva, ou
mental, como designa DEJOURS(1980), os fenômenos de "ordem
neurofisiológica e psicofisiológicas: variáveis psicosensoriais,
sensoriomotoras, perceptivas, cognitivas, etc. e os fenômenos de ordem
psicológica, psicosociológica" (p.45). Por carga psíquica, noção
desenvolvida por DEJOURS (1980) compreende-se os "elementos
afetivos e relacionais"(p. 45), sendo que sua avaliação dá-se através da
possibilidade de descarga da energia pulsional, no sentido psicanalítico
do termo.
Objetivando estudar a relação entre processo de trabalho
e saúde LAURELL & NORIEGA (1989) adotam, à semelhança da
Ergonomia, a noção de carga de trabalho. No entanto, o seu emprego,
para os autores, visa "ressaltar na análise do processo de trabalho os