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abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Pág. 61<br />

saúde, dentre outros, que permitem entender relações e causas de<br />

padrões de comprometimento da saúde pois, entende aEpidemioJogia,<br />

existem fenômenos passíveis de compreensão apenas através de grupos<br />

populacionais, não o sen<strong>do</strong> através da Clínica que foca a análise sobre<br />

o indivíduo.(FORATTINI,O.P., 1976).<br />

Em nosso estu<strong>do</strong> os indica<strong>do</strong>res construí<strong>do</strong>s pelos<br />

motoristas de ônibus lhes permitem compreender relações existentes<br />

entre as condições de <strong>trabalho</strong> e o incômo<strong>do</strong> ou conforto , ou ainda,<br />

entre estas condições e os problemas de saúde que se estruturam em<br />

patologias dentre eles. Tais indica<strong>do</strong>res se caracterizam por serem<br />

mostras indiretas dessas relações, expressan<strong>do</strong> comportamentos que<br />

consistem em reações por parte <strong>do</strong>s motoristas a condições de <strong>trabalho</strong><br />

"boas" e "ruins".<br />

Para a Epidemiologia os indica<strong>do</strong>res de saúde são<br />

coeficientes que se expressam em quantidades numéricas. Para os<br />

motoristas de ônibus os indica<strong>do</strong>res de sua Epidemiologia prática<br />

também têm um caráter quantitativo, muito embora seus coeficientes<br />

não sejam expressos através de números. Tal caráter assim se configura<br />

pelo senso <strong>do</strong> grupo. A freqüência é extraída pela noção de repetição<br />

<strong>do</strong> evento no grupo. Muito, pouco, bastante, demais também são<br />

coeficientes, como o é dez em mil.<br />

São indica<strong>do</strong>res o absenteísmo, a recusa ou solicitação para<br />

trabalhar em determinadas linhas, a rotatividade de opera<strong>do</strong>res, a<br />

freqüência com que os motoristas-reserva trabalham em determinadas<br />

linhas e a recusa <strong>do</strong> motorista escala<strong>do</strong> em ser troca<strong>do</strong> de linha.<br />

Esses indica<strong>do</strong>res expressam a sintonia - maior ou menor -<br />

existente na relação motorista-condição de <strong>trabalho</strong> e são fontes de<br />

informação que possibilitam aos motoristas lidarem com a penosidade<br />

<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, na medida em que criam uma predisposição a procurar<br />

determinadas linhas e a evitar outras, pois os indica<strong>do</strong>res caracterizam<br />

o perfil da linha "ruim" e o da "linha boa".

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