abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro
abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro
abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Pág. 43<br />
Quanto às práticas, nós as analisamos mediante <strong>do</strong>is<br />
procedimentos. O primeiro restringiu-se à descrição <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong><br />
motorista de ônibus urbano. O segun<strong>do</strong> privilegiou aqueles fazeres<br />
específicos que possibilitaram entender o caráter "<strong>penoso</strong>" <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>,<br />
no qual buscamos basicamente responder às seguintes questões: por<br />
quê, para quê e quan<strong>do</strong> tais fazeres específicos são pratica<strong>do</strong>s. Para<br />
tanto, os analisamos à luz <strong>do</strong>s contextos de <strong>trabalho</strong> onde se davam.<br />
Esse procedimento nos possibilitou apreender o seu conteú<strong>do</strong><br />
significativo.<br />
No processo global de análise as práticas e a linguagem<br />
foram mutuamente explicativas.<br />
Entendemos que a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> esse referencial e esses<br />
procedimentos de análise podemos tomar o conhecimento prático <strong>do</strong><br />
trabalha<strong>do</strong>r não só como ponto de partida, mas também como ponto<br />
de chegada, ou seja, respeitamos a sua lógica em to<strong>do</strong> o processo de<br />
análise, trabalhan<strong>do</strong> com categorias emergentes desse mesmo<br />
conhecimento que se expressassem como operacionais. Talvez esse<br />
caminho proposto possa estar trazen<strong>do</strong> elementos para a elaboração<br />
de uma outra concepção teórica acerca da relação saúde e <strong>trabalho</strong><br />
quan<strong>do</strong> se pretende partir <strong>do</strong> saber <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, no senti<strong>do</strong> em que<br />
aponta o questionamento de LAURELL(I984) e LAURELL e<br />
NORIEGA (1989) quanto ao alcance e limitações <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />
pelo Modelo Operário, que a<strong>do</strong>ta como ponto de partida a<br />
experiência-subjetividade operária e como ponto de chegada a<br />
Medicina <strong>do</strong> Trabalho e a Ergonomia. Parece-nos que o salto<br />
epistemológico reside em respeitar a lógica <strong>do</strong> conhecimento prático<br />
<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r que, como já assinalou GRIMBER (1988) é distinta das<br />
ciências que têm contribuí<strong>do</strong> para o entendimento da relação saúde e<br />
<strong>trabalho</strong>.