abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro

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Também durante a primeira meia-viagem o motorista tem
uma idéia de como será o seu trabalho naquele dia, tanto no que se
refere a aspectos do andamento da linha (maior ou menor aproximação
com a Programação), como no que se refere ao trânsito, itinerário e
condições do carro. Mesmo assim, cada meia-viagem tem
características singulares. Podem ocorrer incidentes que se
prolonguem ou repercutam para toda a sua jornada , como podem
ocorrer outros que influenciem apenas momentaneamente.
A cada meia-viagem também mudam os passageiros, a
quantidade, o tipo de fluxo, as relações que se estabelecem entre os
passageiros e entre os passageiros e os operadores.
Quando a Programação é seguida os motoristas conhecem
os passageiros que transportam, conhecem o fluxo de passageiros por
ponto de parada e também os tipos de passageiros.
Quando a Programação não pode ser seguida há um certo
andamento do trabalho também conhecido pelo motorista. Ele
conhece as situações que prejudicam o desenvolvimento de seu
trabalho, o tipo de relação mantida com o passageiro que poderá lhe
aborrecer e assim por diante.
Os motoristas desenvolvem a habilidade para lidar com o
passageiros, pois a própria natureza de sua ocupação assim exige. Eles
sabem como se portar perante ao passageiro de modo a evitar atritos
ou de modo a minimizá-los. Os procedimentos recomendam não
brigar com os passageiros, cuidar da integridade física dos mesmos e
dos pedestres. No entanto, mesmo esses cuidados nem sempre podem
ser tomados devido às super-lotações e ao comportamento dos
próprios passageiros nos ônibus. Como procedimento também existe
a regra de impedir que os passageiros desembarquem pela porta
trazeira, mas se o motorista e o cobrador levarem esses procedimentos
ao pé da letra, estarão descumprindo aquele que os proíbe de entrar
em conflito com os passageiros. Assim, os operadores, com relação a
esse aspecto, estabelecem a relação possível com os passageiros, os