abordagem psicossocial do trabalho penoso: estudo ... - Fundacentro
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Pág. 59<br />
.inicialmente identificamos que os motoristas demarcam<br />
as condições de <strong>trabalho</strong> em <strong>do</strong>is grupamentos - "linha boa" e "linha<br />
ruim" - e o detalhamento dessa demarcação é procedi<strong>do</strong> mediante o<br />
emprego de outras palavras-índice que nos aproximavam cada vez<br />
mais <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> da "penosidade" <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />
Essas outras palavras expressam de um la<strong>do</strong> a<br />
reapjesentação social <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, pois falam das condições objetivas<br />
<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> em si e, de outro, expressam a vivência que dessa relação<br />
emerge como sentimentos de sofrimento e como identificação de<br />
<strong>do</strong>enças. Todas elas fazem parte da mesma teia simbólica que delimita<br />
a penosidade <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />
To<strong>do</strong>s os motoristas têm uma listagem de linhas "boas" e<br />
"ruins". Essa demarcação é procedida mediante um critério valorativo.<br />
Os motivos, varia<strong>do</strong>s, vão desde as condições de infra-estrutura nos<br />
pontos iniciais, passan<strong>do</strong> pela duração das meias-viagens até o tipo de<br />
trânsito. Mas o motivo que sobresai é a figura <strong>do</strong> passageiro como<br />
parâmetro de avaliação mais importante. Finalmente, o que se<br />
identificou é a polêmica sobre a avaliação das linhas. Uma mesma linha<br />
pode ser "boa" para uns e "ruim" para outros, pelos mesmos motivos.