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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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Sua esposa. Roarke gostava de pensar nisso quando ela o cavalgava, ou quando se remexia por<br />

baixo dele, ou quando se largava deitada de costas, esgotada, ao seu lado. Aquela mulher<br />

fascinante, uma policial dedicada com a alma atribulada, pertencia a ele.<br />

Ele observara seu trabalho durante a execução do programa, a entrada no beco, o encontro com<br />

o assassino drogado e enlouquecido. Sabia que ela teria enfrentado a realidade do seu dia-a-dia<br />

na polícia com a mesma determinação implacável e a mesma coragem assustadora que exibira na<br />

ilusão virtual.<br />

Ele a admirava por isso, por mais que essas características o fizessem passar por maus<br />

momentos. Em poucos dias eles estariam de volta a Nova York, e ele seria obrigado a<br />

compartilhá-la com o seu trabalho e as suas obrigações. Por ora, não queria dividi-la com nada.<br />

Nem com ninguém.<br />

Becos escuros fedendo a lixo e pessoas em desespero não eram novidade para ele. Roarke<br />

crescera naquele ambiente, se escondera em becos idênticos ao que acabara de ver, até que,<br />

finalmente, conseguira escapar deles, de vez. Construíra a sua vida e a transformara no que era.<br />

Foi então que Eve entrara em cena, certeira e letal como a flecha lançada de um arco retesado, e<br />

mudara toda a sua vida novamente.<br />

Os tiras, no passado, eram o seu grande inimigo, depois, uma diversão e, agora, ele estava<br />

ligado a um deles... na verdade, uma delas... uma policial.<br />

Pouco mais de duas semanas antes, ele a vira caminhando em sua direção, em um deslumbrante<br />

vestido cor de bronze e flores nas mãos. As marcas roxas que um assassino colocara em seu<br />

rosto poucas horas antes haviam sido disfarçadas com cosméticos. E naqueles olhos grandes,<br />

expressivos, da cor de uísque e que exibiam tantas coisas, ele notara sinais de nervoso e alegria.<br />

Lá vamos nós, Roarke, ele quase a ouviu dizer quando Eve colocou a mão sobre a dele. Para o<br />

que der e vier, eu o aceito. Que Deus nos ajude.<br />

Agora ela usava a aliança dele e ele, a dela. Roarke insistira naquilo, embora tais tradições já<br />

não estivessem tão em moda em meados do século vinte e um. Ele, porém, fizera questão de<br />

possuir algo tangível que servisse como lembrança do que eles representavam um para o outro,<br />

um símbolo de sua união.<br />

Naquele momento, ele pegou a mão dela, beijou o dedo que ostentava o anel de ouro trabalhado<br />

que ele mandara fazer. Seus olhos continuavam fechados. Ele observou os ângulos fortes de seu<br />

rosto, a boca muito larga com lábios grossos e a curta franja de cabelos castanhos despenteados,<br />

com pontas irregulares.<br />

— Eu amo você, Eve.<br />

Um pouco de cor apareceu em seu rosto. Ela se comovia com tanta facilidade, pensou ele,<br />

perguntando a si mesmo se ela tinha ideia do quanto seu coração era imenso.<br />

— Eu sei. — Ela abriu os olhos. — Eu, hã... Estou começando a me acostumar com isso.<br />

— Ótimo!<br />

Ouvindo a canção das ondas que lambiam a areia e a brisa suave que sussurrava entre as<br />

palmeiras cheias, ela levantou uma das mãos e afastou os cabelos que haviam caído sobre o rosto<br />

dele. Um homem como aquele, pensou ela, poderoso, rico, impulsivo, era capaz de fazer surgir<br />

cenas como aquela com um estalar de dedos. E foi o que ele fizera por ela.<br />

— Você me faz feliz — disse Eve.<br />

O sorriso dele surgiu, fulgurante, fazendo com que os músculos do estômago dela se retraíssem<br />

de alegria.

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