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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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CAPÍTULO DEZENOVE<br />

Eve estava em pé respirando bem na nuca de Roarke. Quando chegou ao ponto em que ele se<br />

encheu daquilo, simplesmente se virou e a empurrou.<br />

— Chega mais pra trás!<br />

— Estou só tentando ver — mas ela se afastou. — Você já está nisso há mais de meia hora.<br />

Ele imaginava que, com o equipamento disponível na Central de Polícia, até mesmo Feeney iria<br />

levar pelo menos o dobro do tempo para chegar até aquele ponto.<br />

— Querida Eve... — disse ele, suspirando ao vê-la franzir os olhos para ele. — Existem<br />

camadas aqui, tenente. Camadas sobre camadas. E por isso que o sistema é clandestino. Já<br />

encontrei dois dos nomes em código que o nosso jovem e malfadado especialista em autotrônicos<br />

usava. Deve haver outros. Mesmo assim, leva algum tempo para desembaralhar as transmissões.<br />

Colocando a máquina no automático, ele se virou para aproveitar o jantar.<br />

— Tudo isso são apenas jogos, não é? — Eve saiu um pouco para o lado, a fim de ver a tela<br />

correr, cheia de números e símbolos estranhos enquanto trabalhava. — Crianças grandes<br />

brincando de joguinhos. Sociedades secretas. Ora, todas elas são apenas clubes fechados de alta<br />

tecnologia.<br />

— Mais ou menos... Muitos de nós gostam de diversões, Eve. Jogos, fantasias, o anonimato de<br />

um computador, só para fingirmos que somos outra pessoa por algum tempo.<br />

Jogos, pensou ela novamente. Talvez tudo se resumisse a jogos, e ela não havia estudado com<br />

atenção, bem de perto, as regras e os jogadores.<br />

— O que há de errado em ser quem a gente é?<br />

— Para muitos, não é o bastante. Esse tipo de coisa atrai os solitários e os egocêntricos<br />

— E os fanáticos.<br />

— Certamente. Serviços eletrônicos computadorizados, especialmente os clandestinos,<br />

oferecem aos fanáticos um fórum público — e levantou uma sobrancelha, enquanto cortava<br />

cirurgicamente o seu bife. — Eles também fornecem um serviço, educacional por sinal. E<br />

informativo, intelectual. E podem ser simplesmente uma forma de entretenimento inofensivo. E<br />

são legalizados — lembrou a ela. — Nem mesmo os clandestinos podem ser monitorados de<br />

perto. E isso se deve basicamente ao fato de que seria quase impossível fazer isso. E o custo<br />

seria proibitivo.<br />

— A Divisão de Detecção Eletrônica os mantém com rédea curta.<br />

— Só até certo ponto. Olhe aqui... — e se virou para trás, digitou alguns caracteres no teclado<br />

e fez um quadro deslizar para o lado, exibindo um dos telões de parede inteira. — Viu só? Isto<br />

aqui é nada mais nada menos do que uma crítica pungente a uma nova versão de Camelot. Um

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