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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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Uma cópia especialmente masterizada, pensou, feita só para a tenente. — Dê só uma olhada, e<br />

veja o que conseguimos.<br />

Eve sorriu, olhando para o disco enquanto pensava em Mavis, e afirmou:<br />

— Vou ver sim.<br />

* * *<br />

No andar de cima, sozinha, Eve programou o AutoChef e serviu-se de um prato de<br />

macarronada fumegante, temperada com o que, certamente, eram ervas e tomates frescos<br />

produzidos em uma horta de verdade. Jamais deixava de se admirar com as coisas às quais<br />

Roarke tinha acesso. Devorou tudo enquanto preparava um banho. De repente, lembrou-se de<br />

jogar na água um pouco dos sais de banho que ele comprara para ela em Paris.<br />

Eve achou que aquilo estava com o cheirinho da lua de mel: um aroma rico e romântico.<br />

Mergulhou na banheira, que tinha o tamanho de uma lagoa, e suspirou, satisfeita. Limpe um pouco<br />

a cabeça antes de começar a pensar, decidiu, pensando consigo mesma enquanto abria o painel<br />

na parede em frente à banheira. Ela já havia inserido o vídeo demo no aparelho do quarto e o<br />

programou para tocar no telão embutido do banheiro.<br />

Recostou-se e sentiu a água quente e cheia de espuma, com mais um cálice de vinho da melhor<br />

procedência na mão, e balançou a cabeça. Que diabos ela estava fazendo ali? Eve Dallas, uma<br />

tira que subira aos poucos, por um caminho muito difícil; uma criança sem nome achada em um<br />

beco, abandonada e abusada sexualmente, com um assassinato nas mãos que estivera bloqueado<br />

em suas lembranças.<br />

Menos de um ano antes, estas lembranças eram apenas retalhos, e sua vida se resumia a<br />

trabalho, sobrevivência e mais trabalho. Defender os mortos era a sua função, e era muito boa no<br />

seu trabalho. Aquilo para ela era o bastante, na época. Ela mesma fizera com que aquilo fosse o<br />

suficiente.<br />

Até Roarke. O brilho do anel em seu dedo continuava a intrigá-la.<br />

Ele a amava. Ele a desejava. Ele, o competente, o bem-sucedido e misterioso Roarke, até<br />

mesmo precisava dela. Esse era o maior enigma de todos. E talvez, já que ela não conseguia<br />

resolvê-lo, talvez pudesse aprender a simplesmente aceitá-lo.<br />

Levou o vinho aos lábios, afundou o corpo um pouco mais na água e apertou o controle remoto.<br />

No mesmo segundo, cor e som explodiram no aposento. Por instinto, ela baixou o volume antes<br />

de seus tímpanos explodirem. Então Mavis surgiu, serpenteante, na tela, tão exótica quanto uma<br />

fada, tão forte quanto uísque puro. Sua voz era um guincho agudo, mas, apesar disso, possuía<br />

apelo, era cativante e combinava tão perfeitamente com ela quanto a música que Jess compusera<br />

para exibir seus dotes vocais.<br />

Era quente, crua e implacável. Muito parecida com a própria Mavis. À medida, porém, que<br />

Mavis mergulhava ainda mais fundo, compreendeu que o som e o show eram mais elaborados. É<br />

claro que sempre houve brilhos e centelhas quando se tratava de um trabalho de Mavis, mas<br />

agora havia também uma fina camada de verniz lustroso que faltava antes.<br />

A importância de uma boa produção, ela imaginava. Orquestração. E alguém com olho<br />

apurado para reconhecer um diamante bruto e que também tivesse talento e vontade de ajudar

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