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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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— Um cara solitário então, introvertido.<br />

— Isso! Era assim que Drew era. Mas não se sentia chateado por ser assim, nem estava<br />

deprimido. Vivia dizendo que estava projetando algo muito grande, um brinquedinho novo.<br />

Estava sempre bolando algum programa novo — murmurou Carter. — Na semana passada ele me<br />

disse que ia ganhar uma grana bem alta desta vez, e Roarke ia ter que correr atrás dele para ter<br />

algum lucro.<br />

— Roarke?<br />

— Ele não quis dizer nada de mais com isso não — explicou Carter, depressa, defendendo o<br />

morto. — Sabe como é... Roarke, para muitos de nós, é o máximo dos máximos, entende? Um<br />

cara demais! Esbanjando grana por aí, vestindo roupas espertas, sempre por cima, transbordando<br />

de poder, com uma nova esposa muito sexy... — e ficou vermelho, calando a boca na mesma<br />

hora. — ... Desculpe.<br />

— Tudo bem — Eve ia decidir mais tarde se achava graça naquilo ou ficava completamente<br />

estupefata pelo fato de um rapaz de pouco mais de vinte anos a considerar sexy.<br />

— Roarke é tudo o que muitos de nós, técnicos... bem, um monte de gente, de modo geral,<br />

aspira na vida. Roarke é uma espécie de ídolo. Drew nutria uma admiração total por ele. E tinha<br />

ambições, senhora... tenente. Tinha objetivos, fazia planos. Por que motivo faria uma coisa<br />

dessas consigo mesmo? — De repente, seus olhos se encheram de lágrimas. — Por que ele faria<br />

isso?<br />

— Não sei, Carter. Às vezes a gente nunca chega a saber o porquê.<br />

Ela o guiou de volta, e o fez relatar tudo novamente, até conseguir formar uma imagem mais<br />

sólida de Drew Mathias. Uma hora depois já não havia mais nada para Eve fazer, a não ser<br />

montar um relatório completo que seria entregue ao policial que viria da Terra até a estação<br />

espacial, especialmente para documentar o caso.<br />

Eve se encostou na parede espelhada do elevador enquanto subia com Roarke de volta para a<br />

cobertura.<br />

— Foi uma boa ideia a sua transferir Carter para outro quarto, em outro andar — comentou ela.<br />

— Talvez assim ele consiga dormir melhor.<br />

— Carter só vai dormir melhor se tomar os tranquilizantes. E quanto a você? Vai conseguir<br />

dormir?<br />

— Vou. Ia ser bem mais fácil se eu tivesse uma pista, por menor que fosse, do que o levou a<br />

fazer isso. — Eve saiu no corredor e ficou esperando enquanto Roarke desligava o sistema de<br />

segurança da suíte, para eles poderem entrar. — A imagem que eu faço de Mathias é a de um<br />

nerd especializado em eletrônica e com grandes aspirações. Tímido com as mulheres, metido em<br />

fantasias. Feliz no trabalho... — e levantou os ombros. — Não houve ligações feitas nem<br />

atendidas em seu tele-link, nenhum e-mail foi enviado nem recebido, nenhuma mensagem gravada<br />

na caixa postal de voz e o trinco eletrônico da porta foi acionado às dezesseis horas da tarde de<br />

ontem por ele mesmo, Mathias, e liberado à meia-noite e trinta e três por Carter. Não recebeu<br />

visitas e não saiu de casa. Simplesmente se recolheu para passar a noite, e então se enforcou.<br />

— Não foi homicídio.<br />

— Não, não foi homicídio. — Aquilo tornava as coisas melhores, perguntou-se ela... ou<br />

piores? — Não há ninguém para culpar, ninguém para punir. Apenas um garoto morto. Uma vida<br />

desperdiçada — e se virou para Roarke de repente, apertando-o com força em um abraço<br />

inesperado. — Roarke, você mudou a minha vida.

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