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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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Ele viu uma estrela cadente, como uma seta prateada que descia do céu em direção à Terra. O<br />

que acabara de acontecer fora bem parecido com aquilo, pensou ele. Foi como deixar-se<br />

mergulhar de forma incontrolável em direção ao esquecimento.<br />

— Você está bem? — perguntou a ela.<br />

— Não sei, tenho que pensar a respeito. — Sua cabeça ainda estava girando. — Estamos aqui,<br />

esparramados no gramado... — disse ela, lentamente — ... nossas roupas estão todas rasgadas e<br />

eu tenho quase certeza de que estou com as marcas dos seus dentes na minha bunda.<br />

— Fiz o melhor que pude — murmurou ele.<br />

Ela tentou abafar o riso, acabou soltando uma gargalhada e começou a rir sem parar, quase<br />

soluçando e dizendo:<br />

— Nossa, Roarke, olhe só para a gente.<br />

— Vou olhar daqui a pouco. Acho que ainda estou meio cego — mas estava rindo enquanto se<br />

mexia. Ela continuava tremendo de tanto rir, com o cabelo levantado em pontas estranhas, os<br />

olhos vidrados, além de marcas roxas e pedaços de grama colados em seu lindo traseiro. —<br />

Você não está parecendo muito com uma policial não, tenente.<br />

Ela girou o corpo e se sentou na mesma posição que ele, jogando a cabeça de lado e dizendo:<br />

— E você não está nem um pouco parecido com um cara rico, Roarke... — e deu um puxão na<br />

manga solta de sua camisa, que era tudo o que sobrara inteiro dela —... mas está com um aspecto<br />

interessante. Como vai explicar isso a Summerset?<br />

— Vou simplesmente comentar com ele que a minha mulher parece um animal selvagem.<br />

— Mas ele já decidiu isso por conta própria — debochou ela e, soltando o ar, olhou na direção<br />

da casa. As luzes estavam todas acesas no andar de baixo, para recebê-los. — Como é que nós<br />

vamos entrar desse jeito...?<br />

— Bem... — Ele pegou o que sobrara de sua camisa e a amarrou em volta dos seios de Eve,<br />

fazendo-a rir ainda mais, sem conseguir parar. Conseguindo de algum modo tornar a vestir as<br />

calças esfarrapadas, voltaram a se sentar, olhando um para o outro. — Olhe, eu não vou<br />

conseguir carregar você até o carro — avisou ele. — Esperava que você me carregasse.<br />

— Então temos que nos levantar primeiro.<br />

— Certo.<br />

Nenhum dos dois se moveu. As gargalhadas voltaram, e continuaram enquanto eles se<br />

agarraram como dois bêbados e se apoiaram um no outro para ficar em pé.<br />

— Vamos deixar o carro aí mesmo — decidiu ele.<br />

— Hã-hã... — concordou ela, e saíram capengando, meio desnorteados. — ... E as roupas e os<br />

sapatos?<br />

— Deixe-os aí, também.<br />

— É um bom plano.<br />

Esgueirando-se como crianças que voltam para casa depois da hora marcada, os dois subiram,<br />

tropeçando nos degraus da entrada e cochichando um com o outro até que, de repente, caíram de<br />

cara no chão bem na porta.<br />

— Roarke! — exclamou uma voz chocada, seguida de passos apressados.<br />

— Eu sabia! — Eve sussurrou, com a cara séria. — Sabia que ele ia aparecer!<br />

Summerset surgiu apressado das sombras, o rosto normalmente sério contorcido de choque e<br />

preocupação. Notou as roupas esfarrapadas, as marcas roxas e os olhos arregalados.<br />

— O que foi isso, um acidente?

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