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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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joelhos e ordenando:<br />

— Respire fundo! Simplesmente respire. Vamos tentar aquele conhaque, Roarke — esticou o<br />

braço e lá estava ele ao lado dela com uma taça na mão.<br />

— Tente ficar calmo, Carter — Roarke recostou-o para trás na poltrona. — Tome um gole<br />

disto aqui.<br />

— Sim, senhor.<br />

— Pelo amor de Deus, pare de ficar me chamando de "senhor"!<br />

A cor voltou ao rosto de Carter, devido ao conhaque ou talvez pelo embaraço que sentiu.<br />

Concordou com a cabeça, engoliu a bebida e soltou o ar com força, pela boca, dizendo:<br />

— Desculpem-me! Eu achei que estava legal. Subi direto até aqui. Não sei se devia ter feito<br />

isso, eu... Não sabia o que fazer!... — Cobriu o rosto com as mãos, como uma criança que assiste<br />

a um filme de terror. Sua respiração ficou mais ofegante e ele completou, falando muito rápido:<br />

— É o Drew. Drew Mathias, meu colega de quarto. Está morto!<br />

Deixou o ar lhe escapar dos pulmões e então respirou de volta, de forma entrecortada. Tomou<br />

mais um gole longo de conhaque e se engasgou.<br />

Os olhos de Roarke se fixaram no vazio. Ele tentou se lembrar da figura de Mathias: jovem,<br />

com muita energia, cabelos ruivos e cheio de sardas no rosto. Era especialista em eletrônica,<br />

com grande conhecimento na área de equipamentos auto-ajustáveis, os autotrônicos.<br />

— Onde foi que isso aconteceu, Carter? Como aconteceu?<br />

— Eu achei que devia vir lhe contar imediatamente. — Agora já eram duas as manchas<br />

vermelhas que se alastravam pelo rosto pálido de Carter. — Vim na mesma hora contar para o<br />

senhor... e para a sua esposa. Achei que, já que ela é... uma policial... poderia fazer alguma<br />

coisa.<br />

— E você precisa da polícia, Carter? — Eve pegou a taça que tremia entre as mãos instáveis<br />

do rapaz. — Por que motivo você precisa da polícia?<br />

— É que eu acho... Só pode ser isso... Acho que ele se matou, tenente. Está pendurado lá,<br />

enforcado, pendendo do teto, bem na sala de estar. E o seu rosto... Oh, meu Deus, meu Deus!...<br />

Eve deixou que Carter enterrasse o rosto entre as próprias mãos e se virou para Roarke,<br />

perguntando:<br />

— Quem é que tem autoridade policial aqui no resort para casos como este?<br />

— Aqui temos apenas os equipamentos e o pessoal de segurança padrão, e a maioria dos<br />

guardas é composta de robôs. — Concordando consigo mesmo, ele inclinou a cabeça. — Assim,<br />

eu diria que a maior autoridade do resort nessa área é você, tenente.<br />

— Certo, então veja se consegue arranjar um kit de trabalho para mim. Vou precisar de um<br />

gravador, tanto de áudio quanto de vídeo, um pouco de spray selante, sacos plásticos para<br />

guardar provas, tesouras e alguns pincéis pequenos.<br />

Eve soltou o ar entre os dentes enquanto passava a mão pelos cabelos. Roarke não ia conseguir<br />

nenhum equipamento que pudesse determinar a temperatura exata do corpo nem a hora precisa da<br />

morte. Não haveria aparelhos de varredura eletrônica, nem técnicos de laboratório, além de não<br />

haver nenhum dos apetrechos químicos para coleta de dados científicos que ela habitualmente<br />

carregava para as cenas de crime.<br />

Teria que se contentar com o que conseguisse.<br />

— Há um médico aqui, certo? Convoque-o, por favor. Ele vai ter que servir de legista. Vou me<br />

aprontar para descer.

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