Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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Pela aparência de seus jeans surrados, a camisa velha e amarrotada e o rosto cansado e barbado,<br />
concluiu que tinha diante de si um dos pobres da cidade, que entrara em desespero.<br />
— Ela não fez nada contra você. — Com a primeira leva de pessoas apavoradas já do lado de<br />
fora da porta automática, Eve se aproximou lentamente. — Ela não é a responsável pela situação.<br />
Por que não a deixa ir?<br />
— Todo mundo é responsável, todos fizeram algo contra mim. Todos são parte do sistema! —<br />
e puxou a refém ainda com mais força, levando a pobre funcionária um pouco mais para trás, pela<br />
porta de segurança. Ela estava imóvel agora, presa pelos ombros, e seu rosto começava a<br />
adquirir um tom azulado. — Para trás! — avisou ele, com calma. — Eu não tenho nada a perder<br />
nem para onde ir.<br />
— Você está esganando a moça. Se ela despencar, você vai ficar sem escudo. Libere um pouco<br />
de ar para ela. Qual é o seu nome?<br />
— Nomes não servem para merda nenhuma! — Mas ele afrouxou um pouco a pressão sobre a<br />
garganta da moça, que sugou o ar com desespero. — É só o dinheiro que importa. Quero sair<br />
daqui apenas com uma sacola de fichas de crédito, e ninguém se machuca. Ora, o banco vai<br />
apenas ter que fabricar mais para repor.<br />
— Não é assim que a coisa funciona. — Cautelosa, Eve deu mais três passos, mantendo os<br />
olhos fixos nos dele. — Você sabe que não vai conseguir sair daqui. A essa hora, as ruas já estão<br />
bloqueadas, e todas as unidades de segurança estão posicionadas estrategicamente. Puxa, cara,<br />
essa área vive cheia de policiais a qualquer hora do dia ou da noite. Você podia ter escolhido<br />
algum outro lugar bem mais fácil de assaltar!<br />
Pelo canto dos olhos, Eve avistou Peabody se arrastando através da porta traseira e tomando<br />
posição. Nenhuma das duas podia se arriscar a atirar enquanto ele estivesse com a moça presa e<br />
o explosivo nas mãos.<br />
— Se você deixar esse troço cair, ou até mesmo se começar a suar demais na mão, ele explode,<br />
e então todos nós morremos.<br />
— Então deixa todo mundo morrer aqui. Já não importa mais mesmo...<br />
— Liberte a moça. Ela é uma civil. Está apenas tentando ganhar a vida.<br />
— Eu também.<br />
Eve percebeu a intenção dele alguns décimos de segundo antes, mas já era tarde demais. O ato<br />
de extremo desespero. Em um piscar de olhos ele lançou a bomba que segurava para cima. A<br />
vida de Eve passou diante de seus olhos de forma quase obscena, e ela se lançou para a frente, a<br />
fim de levantar voo e tentar agarrar a bomba no ar. Perdeu-a por alguns centímetros.<br />
Enquanto se protegia instintivamente com os braços, preparando-se para a explosão diante<br />
dela, a bola malfeita caiu, rolou para um canto e se acomodou, quieta.<br />
— Falhou! — e o ladrão soltou uma risada de ironia. — Tem tudo a ver com a minha falta de<br />
sorte, não é? — Então, no momento em que Eve se colocou em pé, ele atacou.<br />
Ela não teve nem tempo de mirar, muito menos de apertar o gatilho. Ele a atingiu como um<br />
aríete, jogando-a de costas em um dos caixas automáticos. A explosão chegou, por fim, dentro de<br />
sua cabeça, quando sentiu os quadris baterem com toda a força contra a quina da máquina. Por<br />
pura sorte ela não largou a arma enquanto estrelas começaram a dançar-lhe em volta da cabeça.<br />
Só torcia para que o estalo que ouvira fosse do laminado que se quebrara, e não de algum osso.<br />
Ele a apertou em um abraço pateticamente amoroso, que surtiu um efeito surpreendente. Ele<br />
bloqueou-lhe o uso da arma ao bater com a sua mão no balcão, de forma que ela foi obrigada a se