Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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acompanhar o disco. Fazer a plateia entrar na música, junto de Mavis.<br />
Com uma sobrancelha levantada, Eve olhou novamente para a tela. Mavis estava naquele<br />
instante girando o corpo mal coberto à altura dos quadris e berrando a respeito de como era bom<br />
queimar no fogo do amor enquanto chamas vermelhas e douradas jorravam em torno dela.<br />
— Você acha que as pessoas realmente vão se interessar em se lançar dentro daquelas chamas?<br />
Jess sorriu, e fez a voz ficar um pouco mais profunda e sensual:<br />
— Docinho, e eles vão se atropelar uns aos outros para chegar lá em cima. E vão pagar muita<br />
grana para ter essa oportunidade.<br />
— E, se fizerem isso — disse ela, voltando os olhos para ele —, você ganha uma porcentagem<br />
bem gorda.<br />
— Isso é o comum para projetos em conjunto como esse. Pode conferir com seu marido, ele vai<br />
confirmar.<br />
— Mavis já fez a escolha dela — e suavizou o tom de voz, reparando que vários convidados<br />
estavam completamente absorvidos pelo show que rolava no telão. — ... E diria que a escolha<br />
foi acertada.<br />
— Nós dois fizemos essa escolha. Acho que temos um sucesso nas mãos — disse-lhe ele. — E<br />
quando, daqui a pouco, oferecermos para este povo um gostinho do show ao vivo, direto na veia,<br />
você vai sentir que se a cobertura do salão já não estivesse aberta nós explodiríamos o teto.<br />
— Você não está nervoso? — Eve o avaliou: os olhos confiantes, a boca com um jeito<br />
arrogante... — Não, você não está nervoso.<br />
— Já venho lidando com música para ganhar o pão de cada dia há muitos anos. E o meu<br />
trabalho — e sorriu, subindo casualmente com os dedos pelas costas dela. — Depois de um<br />
tempo a gente não tem mais chiliques. Fica assim, tipo excitado, certo? Ligado, mas não nervoso.<br />
— Depende... — Eve pensou no que estava investigando naquele momento e sentiu o estômago<br />
se retrair.<br />
— Não, você é feita de aço. Deu pra notar na primeira vez em que olhei para você. Você não<br />
entrega, mas também não recua. Não hesita. Isso torna o seu cérebro, o seu modo de ser, por<br />
assim dizer, algo fascinante. O que impele Eve Dallas? Justiça, vingança, senso do dever,<br />
moral?... Eu diria que no fundo é uma combinação única de tudo isso, movida por um conflito<br />
entre confiança e dúvida. Você tem um sentido muito forte do que é correto, e vive<br />
constantemente se perguntando quem é na verdade.<br />
Eve já não tinha certeza se gostava do rumo que a conversa estava tomando.<br />
— E você, o que é, afinal, um músico ou um psiquiatra?<br />
— Pessoas criativas vivem estudando os outros; e a música é uma ciência, tanto quanto um tipo<br />
de arte e uma emoção na mesma medida em que é ciência. — Seus olhos com brilho prateado se<br />
mantiveram fixos nos dela, enquanto ele a guiava suavemente entre os casais. — Quando eu crio<br />
uma série de notas, quero que as pessoas sejam afetadas por elas. Preciso compreender, até<br />
mesmo estudar a natureza humana, se estiver disposto a conseguir a reação exata. Como aquilo<br />
vai fazer com que eles se comportem, o que vai levá-los a pensar, o que vai levá-los a sentir....<br />
Eve lançou um olhar distraído para William e Reeanna, que dançavam junto deles, totalmente<br />
absorvidos um pelo outro.<br />
— Mas eu achava que se tratava apenas de entretenimento.<br />
— Apenas na superfície... Só ali. — Seus olhos pareciam excitados, rebrilhando enquanto<br />
falava. — Qualquer músico mediano pode jogar um tema simples no computador e conseguir uma