Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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crânio que a pele pálida do alto de sua cabeça ficava bem marcada. Seu rosto fino era igualmente<br />
pálido e tinha o tom de pele de um homem que passava o tempo em lugares fechados e<br />
subterrâneos.<br />
A parte de cima de sua roupa estava totalmente retesada pelos músculos e parecia querer<br />
explodir sob a poderosa massa muscular de seus bíceps, que tentavam rasgar as mangas curtas.<br />
— Deixem suas bolsas comigo, por favor. Nenhum equipamento de gravação é permitido além<br />
deste ponto. Vocês estão sob forte vigilância e vão permanecer assim até deixarem as<br />
instalações. Compreenderam?<br />
— Compreendemos, cabo. — Eve entregou-lhe a própria bolsa, bem como a de Peabody, e<br />
guardou no bolso os recibos que ele lhe entregou. — Vocês têm uma tremenda estrutura por aqui.<br />
— E temos orgulho dela. Por aqui, tenente.<br />
Depois de guardar as bolsas em um cofre à prova de bombas, ele as levou até um elevador,<br />
programando-o para o Setor 3, Nível A. As portas se fecharam sem fazer ruído; a cabine moveuse<br />
de forma quase imperceptível. Eve teve vontade de perguntar quanto os contribuintes haviam<br />
pago por todo aquele luxo, mas achou que o cabo não ia apreciar muito a sua ironia.<br />
Teve certeza de que fora muito dinheiro no momento em que elas foram deixadas em um saguão<br />
muito largo, decorado com poltronas de formato anatômico e árvores plantadas em imensos<br />
vasos. O tapete era espesso e possuía, sem dúvida, detector de movimentos. O console no qual<br />
três funcionários trabalhavam, aparentemente muito ocupados, estava equipado com uma<br />
quantidade imensa de computadores com monitores e sistemas de comunicação. A música<br />
ambiente era para ser relaxante, mas estava mais para soporífera.<br />
Os funcionários não eram androides, mas pareciam tão duros e impassíveis, vestidos de forma<br />
tão radicalmente conservadora que Eve achou que eles se pareciam mais com autômatos do que<br />
muitos robôs. Mavis, lembrou com grande afeto, ficaria indignada diante de tanta falta de estilo.<br />
— Reconfirmação das impressões palmares, por favor — requisitou o cabo, e, de forma<br />
obediente, Eve e Peabody espalmaram as mãos na placa de vidro. — A sargento Hobbs vai<br />
acompanhá-las a partir deste ponto.<br />
A sargento, com o uniforme impecável, saiu de trás do console. Abriu mais uma porta<br />
reforçada e levou-as por um corredor silencioso.<br />
No último posto de inspeção havia mais uma tela para detecção de armas, e só então, após ser<br />
digitada uma senha eletrônica, foi-lhes dado acesso à sala do chefe.<br />
Dali se tinha uma vista envolvente da cidade. Eve imaginou, depois de uma rápida olhada para<br />
Dudley, que ele a considerava a sua cidade. Sua mesa era grande como um lago, e uma das<br />
paredes piscava, com telas de inspeção e vigilância que mostravam várias áreas do prédio e dos<br />
terrenos em volta. Em outra parede havia fotos e hologramas de Dudley com chefes de Estado,<br />
membros da realeza e embaixadores. Seu centro de comunicações rivalizava com a sala de<br />
controles da Nasa-2.<br />
O homem, propriamente dito, no entanto, mantinha-se um enigma.<br />
Era enorme, com mais de dois metros de altura e cento e trinta quilos. Seu rosto largo e<br />
anguloso parecia castigado pelo tempo e muito bronzeado; seus cabelos brancos muito brilhantes<br />
eram muito curtos. Nas mãos grandes como peças de mortadela ele usava dois anéis. Um trazia o<br />
símbolo de sua patente militar; o outro era uma larga aliança de ouro.<br />
Com o olhar fixo de um jogador de pôquer, avaliava Eve com olhos que tinham a cor e a textura<br />
do ônix. Para Peabody ele não olhou nem de relance.