Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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— Mas você o usou, tornou-o parte de tudo, e isso não a deixa nem um pouco abalada.<br />
— Não, não deixa. Foi William que tornou tudo possível. E se não fosse ele, haveria algum<br />
outro.<br />
— Ele ama você. Dá para perceber.<br />
— Ora, por favor... — Isso a fez rir. — Ele é um cachorrinho. Todos os homens são, quando se<br />
veem diante de uma forma feminina atraente. Eles simplesmente se sentam e imploram. Isso é<br />
divertido, ocasionalmente irritante, mas sempre útil. — Intrigada, tocou o lábio superior com a<br />
língua. — Não me diga que você jamais usou os seus atributos femininos básicos com Roarke.<br />
— Não usamos um ao outro.<br />
— Pois você está perdendo uma vantagem e tanto — mas Reeanna deixou o assunto de lado. —<br />
A estimada doutora Mira iria me rotular como uma sociopata com tendências violentas e uma<br />
necessidade enérgica pelo controle das coisas. Uma mentirosa patológica com fascinação doentia<br />
e até mesmo perigosa pela morte.<br />
Eve esperou um segundo.<br />
— E você concordaria com essa análise, doutora Ott?<br />
— Sim, sem dúvida. Minha mãe cometeu suicídio quando eu tinha seis anos. Meu pai jamais<br />
conseguiu superar o trauma. Entregou-me para os meus avós me criarem e saiu por aí, tentando se<br />
curar. Não acredito que tenha conseguido. Mas vi o rosto de minha mãe depois de ter tomado o<br />
seu punhado letal de pílulas. Ela parecia linda e muito feliz. Então, por que a escolha pela morte<br />
não poderia ser uma experiência agradável?<br />
— Experimente em si mesma — sugeriu Eve — para conferir. — E então sorriu. — Eu posso<br />
ajudá-la...<br />
— Um dia, talvez. Depois que eu tiver completado o meu estudo a respeito.<br />
— Somos todos ratos de laboratório, então; não brinquedos, nem jogos, mas experimentos.<br />
Androides de dissecação.<br />
— Sim. O jovem Drew. Eu lamentei muito aquilo, porque ele era jovem e tinha um grande<br />
potencial. Eu troquei ideias com ele, de forma arriscada, entendo agora, quando William e eu<br />
estávamos trabalhando no Olympus. Ele se apaixonou por mim, coitado. Tão jovem... Eu<br />
considerei aquilo um elogio, e William é muito tolerante com essas minhas distrações externas.<br />
— Drew simplesmente sabia demais, então você lhe enviou um aparelho preparado e mandou<br />
que ele se enforcasse.<br />
— Basicamente. Não teria sido necessário, mas ele não queria deixar o nosso relacionamento<br />
acabar. E ele tinha que me largar logo, antes de perder aquele olhar vidrado que uma mulher<br />
coloca nos olhos de um homem e começar a olhar para o meu trabalho mais de perto.<br />
— Você despia as suas vítimas — acrescentou Eve. — Essa era a humilhação final?<br />
— Não! — Reeanna pareceu chocada e insultada pela ideia. — Absolutamente! Trata-se<br />
apenas de um simbolismo básico. Nascemos nus, e nus devemos morrer. Completamos o ciclo.<br />
Drew morreu feliz. Todos eles morreram felizes. Sem sofrimento, sem dor de espécie alguma.<br />
Sentindo apenas alegria, na verdade. Não sou um monstro, Eve. Sou uma cientista.<br />
— Não, você é um monstro sim, Reeanna! E hoje em dia a sociedade coloca seus monstros em<br />
uma jaula e os mantêm lá. Você não vai se sentir feliz em uma jaula.<br />
— Mas isso não vai acontecer. Jess vai pagar por mim. Você vai lutar por colocá-lo na prisão<br />
depois do meu relatório, amanhã de manhã. E mesmo que você não consiga fazer com que as<br />
acusações de coerção ou indução à morte se sustentem, vai sempre acreditar que foi ele o