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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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* * *<br />

A maioria dos técnicos usava as alas já prontas do hotel como moradia. Carter e Mathias<br />

aparentemente se davam bem e dividiam uma espaçosa suíte de dois quartos durante as<br />

temporadas que passavam na estação espacial onde ficava o resort. Enquanto desciam para o<br />

décimo andar, Eve entregou a Roarke o gravador portátil, perguntando:<br />

— Você sabe mexer com isso, não sabe?<br />

Ele levantou uma sobrancelha, em resposta. Uma de suas companhias é que o fabricara.<br />

Finalmente, falou:<br />

— Acho que consigo fazê-lo funcionar sim.<br />

— Ótimo! — Eve lançou-lhe um sorriso fraco. — Você está nomeado como ajudante. Está<br />

conseguindo se aguentar, Carter?<br />

— Estou... — mas ele saiu do elevador no décimo andar e foi caminhando pelo corredor como<br />

se fosse um bêbado tentando passar no teste de sobriedade. Teve que enxugar a mão suada duas<br />

vezes na lateral da calça, até conseguir uma leitura clara de suas impressões palmares. Quando a<br />

porta se abriu, deu um passo para trás, informando:<br />

— Eu preferia não tornar a entrar aí dentro.<br />

— Então fique aqui fora — disse-lhe Eve —, mas não vá embora. Posso precisar de você.<br />

Ela entrou. As luzes estavam todas acesas e a iluminação era quase ofuscante. Música saía em<br />

explosões das caixas de som embutidas: rock pesado e barulhento, com uma vocalista esganiçada<br />

que fez com que Eve se lembrasse de sua grande amiga, Mavis. O piso era todo em lajotões em<br />

tom de azul caribenho e fornecia a ilusão de um passeio sobre as águas.<br />

Ao longo das paredes norte e sul havia bancadas cheias de computadores ligados. Estações de<br />

trabalho, Eve imaginou, entulhadas com todo tipo de placas eletrônicas, microchips e<br />

ferramentas.<br />

Ela viu roupas jogadas sobre o sofá e reparou que havia óculos de realidade virtual sobre a<br />

mesinha de centro, acompanhados de três latinhas de cerveja asiática, duas delas já amassadas e<br />

prontas para serem atiradas na unidade de reciclagem, além de uma tigela cheia de biscoitinhos<br />

pretzel.<br />

E viu o corpo nu de Drew Mathias balançando suavemente, pendurado em um laço improvisado<br />

feito com lençóis que estavam presos à base brilhante de um lustre de vidro azul.<br />

— Ah, que inferno isso! — lamentou Eve. — Que idade ele tinha, Roarke, vinte?<br />

— Pouco mais do que isso. — A boca de Roarke se apertou enquanto avaliava o rosto de<br />

garoto de Mathias. Estava roxo agora, com os olhos esbugalhados e a boca paralisada, congelada<br />

em um sorriso aberto e horrível. Por alguma cruel extravagância da morte, ele morrera sorrindo.<br />

— Tudo bem, vamos fazer o melhor que pudermos. Aqui fala a tenente Eve Dallas, do<br />

Departamento de Polícia da cidade de Nova York, assumindo o comando até que as autoridades<br />

apropriadas para casos como este possam ser contatadas e trazidas para a estação espacial<br />

Olympus. Caso de morte suspeita, ocorrida sem a presença de testemunhas. O nome da vítima é<br />

Drew Mathias, o local é Olympus Grand Hotel, quarto<br />

1036. A data é 19 de agosto de 2058, uma hora da manhã.<br />

— Eu queria baixá-lo dali — pediu Roarke. Ele não parecia surpreso ao ver a rapidez e a<br />

segurança com que sua esposa passava de mulher para policial.

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