Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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CAPÍTULO SETE<br />
Pouco antes das oito da manhã do dia seguinte, com o corpo um pouco dolorido e a cabeça<br />
ainda zonza, Eve se sentou à mesa do escritório que mantinha em casa. Considerava aquele lugar<br />
mais como uma espécie de santuário do que um escritório, pois fora o apartamento que Roarke<br />
montara para ela em uma das alas da mansão dele. Sua planta e toda a decoração eram iguais às<br />
do apartamento onde ela morava ao conhecer Roarke porque, na época, Eve não queria abrir mão<br />
do próprio espaço.<br />
Ele então providenciara para que ela pudesse ter o seu próprio cantinho, com todas as suas<br />
coisas. Mesmo depois de todo o tempo em que ela já morava naquela casa, raramente dormia na<br />
cama deles, no quarto do casal, quando ele estava fora. Em vez disso, se enroscava toda e<br />
cochilava ali, na poltrona de relaxamento.<br />
Seus pesadelos eram menos frequentes agora, mas voltavam em momentos estranhos.<br />
Ela podia trabalhar ali quando era conveniente e trancar as portas se desejasse privacidade. E<br />
como o lugar possuía uma cozinha completa, muitas vezes ela usava o próprio AutoChef, em vez<br />
de solicitar comida a Summerset, quando ficava sozinha na casa.<br />
Com os raios de sol penetrando suavemente através da janela que tinha uma linda vista e ficava<br />
às suas costas, ela reviu sua carga de trabalho e organizou os compromissos do dia. Sabia que<br />
não poderia se dar ao luxo de se focar exclusivamente no caso Fitzhugh, especialmente pelo fato<br />
de que ele provavelmente ia acabar sendo arquivado como suicídio. Se ela não aparecesse com<br />
provas concretas em um ou dois dias, não ia ter outra escolha, a não ser deixar de dar prioridade<br />
a ele.<br />
Às oito em ponto, ouviu uma batidinha na porta.<br />
— Pode entrar, Peabody.<br />
— Jamais vou conseguir me habituar a este lugar — comentou Peabody enquanto entrava. —<br />
Parece até coisa de um daqueles filmes antigos.<br />
— Pois então você devia pedir a Summerset que a levasse em um tour pela casa — disse Eve,<br />
distraída. — Tenho certeza de que existem aposentos e passagens que eu mesma nunca vi.<br />
Preparei café. — Eve gesticulou na direção do nicho onde ficava a cozinha, enquanto continuava<br />
franzindo os olhos diante de seus arquivos.<br />
Peabody circulou por ali, observando as unidades para entretenimento que estavam alinhadas<br />
em uma das paredes, perguntando a si mesma como seria levar aquela vida e ser capaz de possuir<br />
qualquer aparelho disponível: música, arte, vídeo, holografia, realidade virtual, câmaras de<br />
meditação e jogos interativos. Como seria jogar uma partida de tênis com o atual campeão de<br />
Wimbledon, dançar com um holograma de Fred Astaire ou fazer uma viagem virtual aos palácios