Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
— E eu também...<br />
Isso o fez parar de falar, trazendo uma emoção forte que quase transbordou pelos olhos.<br />
— Por Deus, Eve.<br />
— Isso me apavora. Isso me faz acordar no meio da noite, tentando descobrir o que há dentro<br />
de mim. Convivo com isso todos os dias. Eu já sabia de onde você tinha vindo, quando o aceitei,<br />
e não me importei. Sei muito bem que você fez coisas erradas, violou várias leis e viveu à<br />
margem delas. Mesmo assim, ainda estou aqui...<br />
Ela soltou o ar e trocou o peso do corpo de uma perna para outra, completando:<br />
— Eu amo você, certo? É simples assim. Agora, estou com fome, e tenho um dia cheio pela<br />
frente, portanto vou lá para baixo, antes que Feeney acabe com todos os ovos da casa.<br />
Ele parou na frente dela antes que ela saísse correndo e pediu:<br />
— Só mais um minuto... — emoldurando o rosto de Eve com as mãos, baixou a boca até fazê-la<br />
se encontrar com a dela, e transformou sua testa franzida em um suspiro com um beijo tão terno<br />
que fez sua garganta arder e seus dedos dos pés se apertarem.<br />
— Bem... — conseguiu dizer, quando ele se afastou. — Assim é melhor, acho.<br />
— Muito melhor — e entrelaçou os dedos com os dela. E por ter usado uma palavra estranha<br />
quando a machucara, ele contrabalançou usando outra, naquele momento: — A ghra....<br />
— Hein? — Uma ruga lhe surgiu entre as sobrancelhas. — Isso é gaélico, de novo?<br />
— Sim — e trouxe os dedos entrelaçados de ambos até a boca. — Significa amor. Meu amor.<br />
— Tem um som legal...<br />
— Tem mesmo... — e deu um leve suspiro. Já fazia muito tempo desde que ele se permitira<br />
prestar atenção à música daquela palavra.<br />
— Isso não devia torná-lo triste — murmurou ela.<br />
— Não me torna. Só pensativo... — e apertou a mão dela com delicadeza. — Adoraria lhe<br />
oferecer um café da manhã, tenente.<br />
— Então já me convenceu. — Mais confortável, ela apertou os dedos com mais força. — Será<br />
que teremos crepes?<br />
O problema em tomar remédios, pensou Eve, enquanto se preparava para outro interrogatório<br />
com Jess Barrow, era que não importa o quanto eles fossem seguros, leves e úteis, pelo menos a<br />
julgar pelo que diziam, sempre a deixavam com a sensação de algo falso. Ela sabia que não<br />
estava naturalmente alerta, e que por baixo daquele aumento súbito de energia induzida seu corpo<br />
era uma massa desesperada de fadiga.<br />
Estava se imaginando com uma imensa máscara de palhaço, cheia de entusiasmo, por cima de<br />
um rosto exaurido.<br />
— Pronta para o segundo tempo, Peabody? — perguntou Eve, ao ver a auxiliar entrar na sala<br />
vazia e pintada de branco.<br />
— Sim, senhora. Já me atualizei lendo seus relatórios, dei uma passada em sua sala a caminho<br />
daqui. Havia uma mensagem do comandante e duas de Nadine Furst. Acho que ela já está<br />
farejando uma história.<br />
— Pois vai ter que esperar. Quanto ao comandante, falo com ele durante a nossa primeira<br />
pausa aqui. Você manja alguma coisa de beisebol, Peabody?<br />
— Joguei por dois anos na Academia de Polícia. Ganhei o Troféu Luvas de Ouro.