Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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explorando cadáveres. — E girou o corpo, desfraldando o jaleco. Por baixo usava calças com<br />
corte reto e uma camiseta em cores berrantes. — Está com uma boa aparência, tenente.<br />
Ele abriu um dos seus sorrisos curtos e charmosos e os lábios de Eve também sorriram em<br />
resposta.<br />
— Você também está com uma cara boa... Tirou a barba.<br />
Ele levou a mão ao queixo e esfregou as pontas da barba por fazer. Até há pouco tempo ele<br />
usara um cavanhaque bem-cuidado e comentou:<br />
— Aquilo não ficava bem no meu rosto. Mas, puxa... Bem que eu preciso me barbear. Como foi<br />
a lua de mel?<br />
Automaticamente, Eve enfiou as mãos nos bolsos.<br />
— Foi boa — respondeu ela. — E agora que voltei, estou toda atolada em serviço. O que foi<br />
que você encontrou que não poderia ter me mostrado pela transmissão normal?<br />
— Certas coisas exigem atenção especial — e fez a cadeira rolar pela sala, sentado nela, até<br />
chegar junto da mesa de autópsia, onde apertou alguns botões e iluminou a cabeça de Fitzhugh. —<br />
O que vê aqui?<br />
— Um cara morto — respondeu Eve, olhando para baixo.<br />
Morris concordou, como se tivesse gostado da resposta.<br />
— Exato! É o que a gente chamaria de caso comum de um cara que morreu devido à perda<br />
excessiva de sangue, possivelmente auto-imputada.<br />
— Possivelmente? — Eve pulou ao ouvir a palavra.<br />
— Superficialmente, suicídio é a conclusão lógica. Não havia drogas em seu organismo, muito<br />
pouco álcool, não há feridas ofensivas nem defensivas, não há marcas roxas, a acomodação do<br />
sangue e distribuição pelas artérias era consistente com a posição em que ele foi encontrado na<br />
banheira, ele não se afogou, e quanto ao ângulo de suas feridas... — Aproximando-se um pouco<br />
mais, pegou uma das mãos inertes de Fitzhugh, muito bem-cuidadas, e apontou para o local no<br />
pulso onde ele fizera os cortes, que pareciam caracteres cuneiformes de alguma língua antiga —<br />
... Elas são consistentes com auto-imputação: foram feitas por um homem destro levemente<br />
reclinado — demonstrou, segurando uma lâmina imaginária. — Talhos muito curtos e precisos<br />
sobre os pulsos, que romperam a artéria.<br />
Embora a própria Eve já tivesse estudado com atenção as feridas e todas as fotos, aproximouse<br />
um pouco mais e tornou a olhar.<br />
— Por que alguém não poderia ter vindo por trás dele — questionou ela — e se inclinado para<br />
fazer os cortes, no mesmo ângulo?<br />
— Isto não está muito fora das possibilidades não, analisando de forma objetiva. Se esse fosse<br />
o caso, no entanto, seria de esperar a ocorrência de algumas feridas defensivas. Quando alguém<br />
entra sorrateiramente por trás, enquanto outra pessoa toma banho, e corta seus pulsos, ela<br />
provavelmente fica muito aborrecida e, apesar do susto, reage. — E abriu um sorriso. — Não<br />
acredito que a pessoa atacada simplesmente vá se recostar na banheira e se deixar sangrar até<br />
morrer.<br />
— Então você está fechando o caso com um laudo de suicídio?<br />
— Não tão depressa. Estava inclinado a fazer isso — e colocou o dedo no lábio inferior,<br />
puxando-o um pouco para baixo e soltando-o em seguida. — Fiz todas as análises exigidas em<br />
casos de suicídio ou suspeita disso. É aqui que surge um mistério. Um mistério bem grande. Ele<br />
empurrou a cadeira giratória com o pé, impulsionando-a até a mesa de trabalho, fazendo um gesto