Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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CAPÍTULO QUINZE<br />
Ela preferiu o elevador, pois queria sair dali o mais depressa possível e sem ser notada.<br />
Programou a curta viagem para o andar de baixo, na vertical, e depois mudou o curso para<br />
horizontal, a fim de se transferir de uma ala da casa para outra.<br />
— Olhe, podem ter certeza, você e Roarke têm um lugar fantástico aqui. Simplesmente ultra,<br />
mais que demais.<br />
— É... Vai servir até a gente achar um lugarzinho maior — disse ela, seca, e se recusou a<br />
deixar que a gargalhada dele irritasse seus nervos. — Conte-me uma coisa, Jess: você resolveu<br />
trabalhar com Mavis, a sério, antes ou depois de saber da conexão dela com Roarke?<br />
— Já lhe disse que Mavis é uma em um milhão. Foi preciso vê-la apenas umas duas vezes,<br />
apresentando um número despretensioso na Boate Baixaria para saber que a gente ia se completar<br />
bem. — O sorriso surgiu, charmoso. Parecia um coroinha escondendo um sapo debaixo da batina.<br />
— É claro que não prejudicou em nada saber que ela possuía um contato como Roarke a seu<br />
lado. Só que ela precisava ter o talento.<br />
— Mas você já sabia da conexão antes...<br />
— Tinha ouvido falar — e moveu um dos ombros. — Foi por isso que fui até lá para vê-la.<br />
Aquele tipo de boate não é normalmente o meu ambiente. Mas ela brilhava, e me chamou a<br />
atenção. Pensei que, se conseguisse produzi-la em alguns números quentes, e se Roarke, ou<br />
alguém com o seu poder de fogo, estivesse, digamos, interessado em investir em uma carreira<br />
promissora, tudo ficaria mais fácil.<br />
— Você é muito lisinho, Jess — Eve saiu do elevador assim que a porta se abriu. — Quase<br />
escorregadio...<br />
— Como já lhe falei, venho trabalhando com shows desde criança. Acho que aprendi como a<br />
coisa funciona — e olhou em torno do corredor, enquanto a acompanhava. Arte antiga, da<br />
verdadeira, reparou ele. Madeira caríssima, tapetes que algum artesão gastara os dedos para<br />
tecer um século atrás.<br />
Aquilo era dinheiro, pensou, do tipo que constrói impérios.<br />
Ao chegar na porta de sua sala, ela se virou.<br />
— Não sei o tamanho da fortuna dele — informou Eve, lendo perfeitamente a mente de Jess —,<br />
e, na verdade, nem me importo em descobrir.<br />
Com o sorriso ainda no lugar, ele levantou uma sobrancelha, baixou o olhar para o gordo<br />
diamante em forma de lágrima que ela trazia pendurado sobre o corpete de sua roupa de seda<br />
azul-marinho.<br />
— Só que você não veste trapos e farrapos, docinho — provocou ele.