Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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de leve quando Eve soltou o ar, prendendo o riso. — É assim que a senhora ia saber que eu<br />
estava puxando o seu saco.<br />
— Certo, está devidamente registrado. — Eve considerou por um momento, e então jogou a<br />
cabeça para o lado, perguntando: — Você não me disse que descendia de pais partidários da<br />
Família Livre, veio do interior e foi criada em um ambiente onde o espírito liberto e tolerante era<br />
incentivado?<br />
— Sim, senhora... — Peabody não olhou para o teto, frustrada mas bem que teve vontade.<br />
— Policiais geralmente não vêm de famílias assim. Artistas, fazendeiros, eventualmente<br />
cientistas e um monte de gente que faz artesanato sim, mas policiais, não.<br />
— E que eu não gostava de tecer tapetes no tear.<br />
— E você sabe fazer isso?...<br />
— Se estiver sob a mira de um laser, sim.<br />
— Então, o que houve? Sua família a deixou irritada e você decidiu quebrar o padrão, partindo<br />
para um campo completamente diferente dos ideais pacifistas deles?<br />
— Não, senhora. — Intrigada com aquela série de perguntas, Peabody encolheu os ombros. —<br />
Minha família é o máximo! Ainda somos muito unidos. Eles jamais poderiam compreender o que<br />
eu quero ou tenciono fazer, mas nunca tentaram me impedir. Simplesmente eu queria ser policial,<br />
da mesma forma que meu irmão queria ser carpinteiro e minha irmã, fazendeira. Uma das maiores<br />
características da Família Livre é o respeito à expressão individual.<br />
— Mas você não se encaixa na teoria do código genético — murmurou Eve, batendo com as<br />
pontas dos dedos sobre a mesa. — Não se encaixa mesmo! Hereditariedade e ambiente, padrões<br />
determinados pelos genes... tudo isso deveria ter influenciado você de forma diferente.<br />
— Bem que os bandidos gostariam que isso tivesse acontecido — disse Peabody, séria. — Só<br />
que estou aqui, mantendo a cidade segura.<br />
— Se você sentir uma vontade repentina de tecer um tapete usando um tear...<br />
— Pode deixar que você vai ser a primeira a saber.<br />
O computador de Eve apitou duas vezes, informando que alguns dados estavam sendo enviados.<br />
— É a autópsia adicional que eu pedi para o rapaz — e fez um sinal para que Peabody se<br />
aproximasse. — Liste qualquer anormalidade encontrada no cérebro! — ordenou para a máquina.<br />
Anormalidade microscópica no hemisfério cerebral direito, lobo frontal, quadrante<br />
esquerdo. Inexplicável. Pesquisas mais extensas e testes estão sendo realizados.<br />
— Ora, ora... Acho que acabamos de encontrar uma brecha. Exiba a imagem do lobo frontal e<br />
da anormalidade. — A seção longitudinal do cérebro surgiu na tela. — Veja... é aqui! — Uma<br />
súbita onda de empolgação sacudiu-lhe o estômago enquanto Eve dava tapinhas na tela. — Essa<br />
sombra, como se fosse um furinho feito por um alfinete. Consegue ver?<br />
— Muito mal. — Peabody se inclinou mais para perto, até que ficou com o rosto quase colado<br />
ao de Eve. — Parece um defeito da transmissão.<br />
— Não, é um defeito do cérebro. Amplie o quadrante 6 em vinte por cento.<br />
A imagem foi trocada e a seção onde estava a pequena mancha encheu a tela.<br />
— Mais parece uma queimadura do que um buraco, não é? — disse Eve para si mesma. — Mal<br />
pode ser enxergada, mas que tipo de danos e influência isso teria no comportamento,<br />
personalidade e tomada de decisões?