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Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download

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sobre o ombro, para que Eve o seguisse.<br />

— Veja aqui o cérebro dele — mostrou ele, batendo com a ponta do dedo no órgão imerso em<br />

um líquido claro e conectado por fios finos a cabos que o ligavam ao computador sobre a mesa.<br />

— Conheça o Senhor A. Normal.<br />

— Como disse?<br />

Morris deu uma risada e balançou a cabeça, dizendo:<br />

— Pelo visto você não tem muito tempo para assistir comédias clássicas. Essa frase é de um<br />

antigo filme que satirizava o mito de Frankenstein. O que estou querendo dizer é que este cérebro<br />

não é normal.<br />

— Como assim? Ele tinha algum dano cerebral?<br />

— Dano?... Bem, essa é uma palavra meio forte para o que eu descobri. Veja aqui, na tela. —<br />

Girando-se na cadeira, ele acionou algumas teclas. Uma imagem ampliada do cérebro de<br />

Fitzhugh surgiu no monitor. — Mais uma. vez, se analisarmos de forma superficial, tudo está de<br />

acordo com o esperado. Mas vamos ver o corte longitudinal. — Novas ordens no teclado e o<br />

cérebro apareceu cortado ao meio, com precisão. — Tanta coisa acontece nessa pequena massa<br />

— filosofou Morris. — Pensamentos, ideias, músicas, desejos, poesia, raiva, ódio. As pessoas<br />

falam muito do coração, tenente, mas é o cérebro que contém todo o mistério e a magia da<br />

espécie humana. É ele que nos eleva, nos separa e define como indivíduos. E quanto aos<br />

segredos que se escondem nele... bem, duvido muito que algum dia cheguemos a conhecê-los<br />

todos. Veja aqui...<br />

Eve se inclinou mais para perto, tentando ver o ponto que ele indicava com o dedo na tela.<br />

— Para mim, parece um cérebro comum, não muito atraente, esteticamente, mas necessário.<br />

— Não se preocupe não... Eu mesmo quase deixei passar esse detalhe — continuou ele<br />

enquanto o monitor formava contornos coloridos e novas formas. — O tecido aparece em tons de<br />

azul, do claro ao escuro, e o osso é branco. Os vasos sanguíneos estão em vermelho. Como pode<br />

ver, não há coágulos nem tumores que possam indicar distúrbios neurológicos a caminho.<br />

Ampliar quadrante B, seções 35 a 40. Realçar o foco em trinta por cento.<br />

O quadro aumentou de tamanho e uma seção da imagem foi ampliada. A ponto de perder a<br />

paciência, Eve começou a levantar os ombros, mas então se inclinou ainda mais.<br />

— O que é aquilo ali? Parece uma... O quê? Uma pequena mancha?<br />

— Parece uma mancha, não é? — Morris voltou a sorrir, olhando para a tela onde uma leve<br />

sombra pouco maior do que a cabeça de um alfinete borrava o cérebro. — É quase como se fosse<br />

uma pequena impressão digital, a marca do dedinho de uma criança, sujo de tinta. Só que, quando<br />

a gente amplia ainda mais — e fez isso com alguns comandos rápidos —, fica parecendo uma<br />

pequena queimadura.<br />

— Mas como é que alguém pode conseguir uma queimadura solta assim, no interior do<br />

cérebro?<br />

— Exato! — Obviamente fascinado por aquilo, Morris tornou a se virar para o cérebro em<br />

questão. — Jamais encontrei nada parecido com essa manchinha quase microscópica. Não foi<br />

provocada por uma hemorragia, nem por um pequeno derrame, nem por um aneurisma. Já<br />

pesquisei todas as imagens que existem sobre o cérebro, usei vários programas para analisá-la e<br />

não consegui achar nenhuma causa neurológica para ela.<br />

— Mas a mancha está lá...<br />

— Está mesmo, ela está lá... Poderia não ser nada, uma anormalidade leve qualquer que

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