Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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— Já fui! — respondeu Peabody, desligando.<br />
Eve se virou e viu o guarda amparando um homem e trazendo-o na direção dela. Só faltava<br />
carregá-lo no colo. A gravata de Rabbit estava afrouxada, seu cabelo estiloso estava todo<br />
embolado e espetado. Suas mãos, maravilhosamente bem tratadas, tremiam.<br />
— Diga-me exatamente o que aconteceu! — ordenou ela. — Fale depressa e seja bem claro.<br />
Quando acabar de me contar e eu o liberar, pode desmaiar à vontade.<br />
— Ela simplesmente... simplesmente foi para o lado de fora da sala... — Sua voz ficava aguda<br />
e perdia o tom a todo momento, e ele se apoiava com força no braço do guarda, que continuava a<br />
ampará-lo. — Parecia tão feliz! Estava quase dançando. Ela... Ela arrancara toda a roupa. Tirara<br />
tudo!<br />
Eve levantou uma sobrancelha. No momento, Rabbit parecia mais chocado pelo surto<br />
exibicionista de sua chefe do que pela possibilidade de sua morte.<br />
— O que a levou a fazer isso?<br />
— Não sei. Juro, não faço a mínima ideia! Ela mandou que eu chegasse mais cedo hoje, às oito<br />
horas. Estava chateada por causa de um dos processos. Somos processados o tempo todo. Ela<br />
estava fumando, tomando café sem parar e andando de um lado para outro. De repente, mandou<br />
que eu fosse avisar ao Departamento Legal para manter os processos em banho-maria e avisou<br />
que ia tirar alguns minutos para relaxar e se recompor.<br />
Parou, cobriu o rosto com as mãos e continuou:<br />
— Quinze minutos depois, ela saiu de sua sala, sorrindo e... e nua! Eu me senti tão atordoado<br />
com aquilo que simplesmente fiquei ali, sentado. Simplesmente sentado. — Seus dentes<br />
começaram a bater uns contra os outros. — Eu jamais a vira sequer sem os sapatos!<br />
— Estar pelada não é o maior problema dela no momento. — Eve apontou para fora da mureta.<br />
— Ela falou com você, disse alguma coisa?<br />
— Eu... bem, eu estava tão atordoado, entende, que falei alguma coisa do tipo "senhorita<br />
Devane, o que está fazendo? Há algo errado?", e ela simplesmente riu. Disse que tudo estava<br />
perfeito. Falou que já resolvera todos os problemas e tudo estava maravilhoso. Avisou que ia<br />
apenas ficar sentada por alguns minutos na saliência externa e depois ia pular. Achei que ela<br />
estava brincando, e fiquei tão nervoso que dei uma risadinha.<br />
Seus olhos pareceram aterrorizados enquanto contava o resto.<br />
— Eu ri, e então vi quando ela foi até a mureta, na ponta do terraço. Meu Deus! Ela<br />
simplesmente saltou para fora! Pensei que ela tinha pulado para a morte e corri até lá. Lá estava<br />
ela, sentada na saliência do prédio, balançando as pernas e cantarolando. Pedi insistentemente<br />
que ela voltasse, antes que perdesse o equilíbrio. Ela apenas riu e jogou um pouco do spray em<br />
meus olhos, disse que acabara de encontrar o seu ponto de equilíbrio e me mandou sair dali,<br />
como um bom menino.<br />
— Ela recebeu alguma chamada ou ligou para alguém?<br />
— Não. — Ele passou a mão pela boca. — Qualquer chamada para ela passaria pela minha<br />
mesa.<br />
Ela vai pular, pode ter certeza. Ela se debruçou por completo quando eu estava olhando, quase<br />
despencou naquela hora. E disse que seria uma viagem maravilhosa. Ela vai pular...<br />
— Vamos ver... Fique por perto. — Eve se virou. O psiquiatra da companhia era fácil de<br />
reconhecer. Vestia um jaleco branco que ia até os joelhos e usava uma calça preta estreita nos<br />
tornozelos. Seus reconfortantes cabelos brancos estavam presos em uma trança benfeita, e ele