Mortal: Livro 04 - Êxtase Mortal - Multi Download
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— E então... — começou ela. — Sentiu muitas saudades de mim?<br />
— Ué... Você tinha ido a algum lugar? — e sorriu para ela, enfiando a mão em uma tigela cheia<br />
de amêndoas recobertas por uma camada doce. — E então... curtiu muito a sua lua de mel<br />
sofisticada?<br />
— Curti sim... — e se serviu de uma amêndoa. Já fazia muito tempo desde que ela comera, no<br />
almoço — ... Apesar do cadáver que apareceu no fim da viagem. Obrigada pelos dados que você<br />
conseguiu desencavar para mim.<br />
— De nada. Ultimamente anda havendo bastante procura por dados sobre suicidas.<br />
— Talvez... — A sala dele era maior do que a dela, devido à sua patente mais alta e à<br />
importância que ele dava ao espaço. Em uma das paredes havia um telão, o qual, como sempre,<br />
estava sintonizado em um canal de filmes clássicos. Naquele mesmo instante, Indiana Jones<br />
estava sendo baixado por uma corda dentro de um ninho de víboras. — Existem alguns aspectos<br />
interessantes nesses casos.<br />
— Quer conversar comigo a respeito disso?<br />
— Foi para isso que vim até aqui. — Ela copiara os dados que conseguira gravar dos arquivos<br />
do senador e pegou o disco no bolso. — Tem uma dissecação de cérebro aí dentro, mas a<br />
imagem está meio embaçada. Será que dá para você limpá-la, torná-la mais nítida e ampliá-la?<br />
— É o mesmo que perguntar se os ursos fazem coco no mato. — Pegando o disco, ele o enfiou<br />
em seu computador e carregou a imagem. Momentos mais tarde, já estava com os olhos apertados<br />
olhando para a tela. — A imagem está toda borrada, tremida, em estado lamentável. Que<br />
equipamento você usou para gravar isso? Uma câmera portátil filmando diretamente de uma tela?<br />
— E melhor a gente não conversar sobre isso.<br />
Ele virou a cabeça e olhou para ela com a mesma cara malandra, perguntando:<br />
— Você anda treinando algumas caminhadas sobre a corda bamba, Dallas?<br />
— Meu senso de equilíbrio é muito bom.<br />
— Tomara que sim. — Como preferia trabalhar manualmente, fez surgir um teclado. Seus<br />
dedos experientes começaram a dançar sobre as teclas e controles como um virtuose tocando uma<br />
harpa. Encolheu os ombros quando ela se inclinou mais para perto dele. — Não me aperta,<br />
garota!<br />
— Também quero ver.<br />
Sob seus dedos talentosos, a imagem começou a clarear e os contrastes foram aparecendo. Ela<br />
tentava não demonstrar impaciência enquanto ele refinava a figura, hesitava e cantarolava<br />
baixinho ao trabalhar. Por trás dela, o pau estava comendo solto entre Harrison Ford e as cobras.<br />
— Isso aqui é o melhor que dá para fazer nesse computador aqui. Se quiser mais, vai ter que<br />
levar o material para o computador central — e deu uma olhada de relance nela. — Vai ter que<br />
se conectar no computador central e solicitar isso ao técnico, oficialmente.<br />
Ela sabia que ele seria capaz de burlar as regras por ela e se arriscar a uma investigação da<br />
Divisão para Assuntos Internos.<br />
— Vamos deixar as coisas como estão, por ora. Consegue ver isso, Feeney? — e apontou para<br />
a tela, bem debaixo da pequena sombra.<br />
— Estou vendo é um bocado de traumas. Este cérebro parece ter levado uma surra daquelas!<br />
— Só que isto aqui... — ela mesma mal conseguia distinguir — ... eu já vi antes, em duas<br />
outras autópsias.<br />
— Eu não sou neurologista, mas acho que essa marquinha não devia estar aí não...