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ainda a ideia de circunstancia, responsavel, inclusive, pelo reforyo dado aos pronomes este, esse, aquele na localizayao de urn referente. Ve-se, entao, que e tao intima a correspondencia entre circunstancia e funyao adverbial; demonstrayao e funyao substantivaJadjetiva, e e tao restrito 0 numero de elementos que participam de tal relayao que a tradiyao gramatical chegou a instituir os pronomes' demonstrativos e adverbios como "classes de palavras" (reveja-se a critic a que fizemos em 4.1). Assim, enquanto os pronomes adverbiais se limitam a expressao de circunstancias, os sintagmas nominais contendo pronomes adjetivos demonstrativos podem veicular, por meio do nome que determinam, uma infinidade de significados, imprescindiveis a qualquer desenvolvimento argumentativo. De mais a mais, os pronomes substantivos demonstrativos sao mais adequados a representac;ao de conteudos extensos ja apresentados, por isso constituem urn recur so a que os falantes recorrem a to do instante. De modo que a predominancia sobre os pronomes adverbiais se caracteriza, entao, como urn problema de natureza estrutural, imposto por restriyoes do pr6prio sistema IingUistico, e, ao mesmo tempo, como urn problema discursivo, determinado por objetivos argumentativos. Resta, contudo, explicar a razao da aha freqiiencia de pronomes substantivos entre os deiticos discursivos. Conforme observou Ducrot (1977), as expressoes nominais definidas com pronome demonstrativo delimitam a classe de referentes no "universo mostrado", e estao condicionadas a fun
Resumir urn conteudo proposicional por melD de urn nome, que sirva de rotulo para urn argumento explicado antes, como em "por essa deficiencia", exige do falante urn trabalho de categorizayao, de rotulayao de proposiyoes e de identificayao da forya ilocutoria 59 . Nao se pode afirmar 0 mesmo com relayao aos pronomes demonstrativos substantivos, pois convenciona-se que seu emprego ja represente esse nome, com seus pressupostos existenciais. E mais "facil", pois, saltar a etapa de rotulayao da entidade discursiva e usar a pro-forma, como em "tudo isso", no exemplo (82). AMm do que, 0 carMer geral, muito proprio do significado dos pronomes, revigorado pelo efeito ainda mais generalizante dos demonstrativos neutros, permite que eles possam aplicar-se a varios objetos, indistintamente. Nisso reside precisamente a funcionalidade que tern para os deiticos discursivos: sac as formas mais apropriadas para resumir conteudos dispersos, cuja amplitude, por vezes indeterminada ou ambigua, e compactuada tacitamente por falantes e destinatarios. A necessidade de evitar a imprecisao justifica, ainda, a utilizayao de certos pronomes demonstrativos modificados oracionalmente, como em (83) abaixo: (83) "...0 que que 0 senhor fala assim da mudanya DO Liceu dos tempos que 0 senhor ensinava por exemplo quando 0 senhor comeyou nao me lembro nem quando ... e dos dias atuais? se e que o senhor tem alguma ideia DAQUllo que se passa la nos dias ...de hoje ..." «F) 02-48 - conversa espontanea - PORCUFORT) "Daquilo", como deitico discursivo, resgata urn conteudo proposicional, que se refere as "mudanyas do Liceu", ainda que ultrapasse esse valor semantico e se complete no conhecimento partilhado. A estrutura de pronome modificado por orayao adjetiva e igualmente admissivel com anaforicos, apesar de rara, como exemplifica (84), abaixo: (84) "no iNlcio eu tinha que escrever Tudo que eu ia dizer ... e eu num podia sabe? Tirar a vista daquilo que eu estava ... lendo porque ... SE EU tirasse ..." «F) 02-39 - conversa espontanea - PORCUFORT) Aqui, 0 pronome faz uma recuperayao pontualizada, tipica dos anaforicos. Em (83) e (84), o demonstrativo, sozinho, nao satisfaria como conteudo informativo, por isso recebe 0 59 A fOf
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1) Os anaforicos deiticos e os deit
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CORBLIN, Francis. (1985). Remarques
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JESPERSEN, O. (1922). Language: its
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MONDADA, Lorenza. (1994). Verbalisa
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