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digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

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Julgamos que a segun<strong>da</strong> caracterlstica seja, por<strong>em</strong>, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> primeira, pois, com mais<br />

freqiH~ncia,0 falante "verbaliza <strong>de</strong> modo suficiente" 0 que supOe conhecido pelo <strong>de</strong>stinatario.<br />

Du Bois; Thompson (1991) expressam muito b<strong>em</strong> a proposta <strong>de</strong> Chafe pela seguinte metafora<br />

computacional: quando 0 falante supoe que 0 ouvinte seja capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar 0 referente, ele<br />

encara 0 conteudo como estando "armazenado <strong>em</strong> seu disco rlgido".<br />

Admitir 0 objeto <strong>de</strong> discurso como compartilhado direta ou indiretamente 76 pelo<br />

<strong>de</strong>stinatano e crucial para que 0 falante <strong>de</strong>ci<strong>da</strong> entre 0 que <strong>de</strong>ve ou nao ser apresentado como<br />

i<strong>de</strong>ntificavel, e a <strong>de</strong>finitu<strong>de</strong> formal do sintagma <strong>em</strong>pregado (sua "verbalizavao" como <strong>da</strong><strong>da</strong>)<br />

resulta, portanto, como a expressao <strong>de</strong>sse pressuposto.<br />

Urn referente tamb<strong>em</strong> e i<strong>de</strong>ntificavel quando contextualmente saliente, isto e, quando "se<br />

<strong>de</strong>staca" mais que os outros que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser categorizados <strong>de</strong> modo i<strong>de</strong>ntico. A novao -ja se ve<br />

- e pouco precisa. Segundo Chafe (1994), 0 proprio discurso po<strong>de</strong>ria estabelecer a saliencia, e<br />

aqui entra a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> menvao mais recente ou mais r<strong>em</strong>ota. Tamb<strong>em</strong> 0 espavo situacional, ou 0<br />

grupo social a que pertenc<strong>em</strong> os participantes, ou mesmo a experiencia comum77po<strong>de</strong>m tomar<br />

saliente uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mas nao fica <strong>de</strong> todo claro por que parametros <strong>de</strong>ve se guiar<br />

o lingiiista para <strong>de</strong>liberar entre 0 que tern mais ou menos saliencia contextual.<br />

Dizer que urn referente velho esta "suficient<strong>em</strong>ente verbalizado" e afirmar que sua forma<br />

<strong>de</strong> expressao e bastante, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> urn contexte <strong>de</strong> usa especifico, 0 que consente a escolha <strong>de</strong><br />

tipos variados <strong>de</strong> realizavao78. Po<strong>de</strong>m ser selecionados pronomes pessoals, pronomes<br />

<strong>de</strong>monstrativos, nomes proprios, nomes comuns com artigo <strong>de</strong>finido, sintagmas nominais<br />

modificados por adjetivos, sintagmas preposicionais e oravoes relativas.<br />

o uso <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong> outra estrutura mu<strong>da</strong>, evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, na <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia dos projetos<br />

discursivos. Os pronomes <strong>de</strong>monstrativos este/esse se prestam tipicamente a manifestavao <strong>de</strong><br />

informavoes <strong>da</strong><strong>da</strong>s, pelo que se po<strong>de</strong>, entao, sustentar que os <strong>de</strong>iticos discursivos do contexto,<br />

constituindo-se <strong>de</strong>les, veiculam, <strong>em</strong> geral, conteudos velhos para 0 ouvinte. De resto, por<strong>em</strong>, e 0<br />

76 A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> compartiUmmento indireto e assim explica<strong>da</strong> por Chafe (1994): "Alguns ex<strong>em</strong>plos suger<strong>em</strong> que a<br />

i<strong>de</strong>ntificabili<strong>da</strong><strong>de</strong> 000 e necessariamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do conhecimento partilhado do referente <strong>em</strong> si, mas que ele<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> uma associaC;aocom 0 conhecimento ja partillmdo. Em ex<strong>em</strong>plos como: 'Ele manteve a<br />

buzina gritando', nao h:i nenhuma razao para 0 falante acreditar que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sta buzina particular ja fizesseparte<br />

do conhecimento do <strong>de</strong>stinatario. Esperava-se, por<strong>em</strong>, que ele soubesse que urn volkswagen tivesse uma buzina, e e<br />

neste sentido que po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar este referente como associado com urn conhecimento ja partillmdo."<br />

77 Chafe (1994) argumenta que os referentes que esmo presentes no ambiente imediato sao mais salientes do que<br />

os que esillo mais distantes e que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> todo grupo social, exist<strong>em</strong> certos referentes que SaDmais salientes para<br />

os m<strong>em</strong>bros <strong>de</strong> urn grupo, mas nao para outros.<br />

78 Clmfe acrescenta que, as vezes, a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> particular <strong>de</strong> certos referentes nao e <strong>de</strong> nenhum interesse para 0 que<br />

se intenta dizer. E ex<strong>em</strong>p1ifica com 0 telefone, a ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> telefone, a farmacia, 0 correia etc., que, <strong>em</strong> <strong>da</strong>dos<br />

contextos, SaD s<strong>em</strong>elhantes a quaisquer outros, para os propOsitos comuns. "E como se os varios referentes<br />

categorizados (...) foss<strong>em</strong> todos equivalentes, <strong>de</strong> modo que verbalizar a categoria e suficiente para criar

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