digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
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Os probl<strong>em</strong>as aumentam quando se menciona a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma "<strong>de</strong>ixis anaforica".<br />
De acordo com Fillmore (1997), exist<strong>em</strong> tres especies <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>itico: 0 gestual, 0 simbolico e 0<br />
anaforico.<br />
A primeira pergunta que sobrev<strong>em</strong> a uma classificayao <strong>de</strong>sta especie e 0 que po<strong>de</strong>ria<br />
significar exatamente urn <strong>em</strong>prego "anaforico" <strong>de</strong> uma expressao <strong>de</strong>itica. A segun<strong>da</strong> e sob qual<br />
criterio esse uso se op6e aos outros dois tipos.<br />
To<strong>da</strong> vez que uma expressao referencial so pu<strong>de</strong>r ser interpreta<strong>da</strong> por qu<strong>em</strong> estiver<br />
presente no ambiente fisico e acompanhar, momento a momento, a situayao comunicativa, ela<br />
apresentani, segundo Fillmore (1997), usa <strong>de</strong>itico gestual. Examine-se 0 seguinte ex<strong>em</strong>plo:<br />
Seria necessario, <strong>em</strong> (28), acompanhar com 0 olhar para on<strong>de</strong> 0 falante estava apontando,<br />
para i<strong>de</strong>ntificar 0 lugar indicado, <strong>da</strong>i a <strong>de</strong>nominayao <strong>de</strong> gestual.<br />
Ate mesmo urn pronome pessoal <strong>de</strong> terceira pessoa po<strong>de</strong> apresentar este uso s<strong>em</strong>pre que<br />
o enunciador lanyar mao <strong>de</strong> pistas extralingtiisticas para assegurar 0 reconhecimento pelo<br />
ouvinte. E possivel, e ate frequente, encontrar urn ele com a seguinte aplicayao:<br />
(29) "olha, voce quase que repete 0 que ele disse" (Monteiro,<br />
1991:47),<br />
o pronome, <strong>em</strong> (29), se reporta a urn referente que s6 0 contexte situacional permite<br />
reconhecer. Quando certos trayos prosodicos sac acrescidos as formas acima, estas assum<strong>em</strong><br />
uma funyao principalmente ostensiva. Acontece, neste caso, uma neutralizayao <strong>da</strong> funyao<br />
primariamente anaf6rica <strong>em</strong> proveito <strong>de</strong> urn <strong>em</strong>prego <strong>de</strong>itico, 0 que so se verifica com 0 uso<br />
gestual.<br />
a uso <strong>de</strong>itico simbolico, ao contnirio, nao necessita <strong>de</strong> pistas extralingiiisticas, <strong>em</strong>bora<br />
tamb<strong>em</strong> s6 se cumpra quando a interpretayao pelo <strong>de</strong>stinatario exige ciencia <strong>da</strong> situayao <strong>em</strong><br />
curso Oa que a expressao se orienta pelas coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s contextuais anteriores ao enunciado).<br />
Levinson cita alguns ex<strong>em</strong>plos bastante uteis para separar 0 gestual do simb6lico. Express6es<br />
com uso <strong>de</strong>itico gestual seriam:<br />
(30) "Voce, voce, mas nao voce, estao <strong>de</strong>spedidos.<br />
Este <strong>de</strong>do doL<br />
Nao aquele, idiota, mas aquele." (Levinson, 1983:66).