digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
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progressivamente na dinfunica discursiva. Dito <strong>de</strong> outro modo: 0 objeto <strong>de</strong><br />
discurso nao leva it verbaliza9ao <strong>de</strong> urn objeto autonomo e exi<strong>em</strong>o ao<br />
discurso; ele nao e urn "referente" que tena sido codificado lingiiisticamente.<br />
(Mon<strong>da</strong><strong>da</strong>, 1994:62)<br />
Embora estejamos usando como pressuposto esse mesmo conceito <strong>de</strong> referencia<br />
<strong>em</strong>ban<strong>de</strong>irado par Mon<strong>da</strong><strong>da</strong> e outros, nao achamos necessaria substituir termos classicos como<br />
referente (e referencia) par "objeto <strong>de</strong> discurso" (e "referenciayao"). Empregar<strong>em</strong>os<br />
indistintamente urn au outro, <strong>de</strong>ixando claro, por<strong>em</strong>., <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ja, a alicerce te6rico que as<br />
estabe1ece.<br />
Existe uma base comum para as categorias com que se constr6i a comunicayao, mas, a<br />
todo instante, as interlocutores passam <strong>de</strong>sse eixo central para diversos pontos perifericos, <strong>de</strong><br />
acordo com as mu<strong>da</strong>nyas <strong>de</strong> contexto, au com as prop6sitos argumentativos.<br />
o mesmo comportamento variavel se observa - e com maior razao - nas categorias<br />
lingLiisticas. As formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>signayao sao negocia<strong>da</strong>s pelos interlocutores a todo momenta no<br />
discurso, atraves <strong>de</strong> transformayoes, correyoes e ratificayoes. Eis par que a processo <strong>de</strong> se<br />
referir ao mundo atraves <strong>da</strong> lingua (par meio <strong>de</strong> expressoes referenciais indiciais) e vista, neste<br />
trabalho, como resultante <strong>de</strong> praticas simb6licas intersubjetivas.<br />
Par esse amparo te6rico, enten<strong>de</strong>mos como fort<strong>em</strong>ente intersubjetivo a relacionamento<br />
entre os sujeitos do discurso e a nOyaO<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixis, viabiliza<strong>da</strong> na lingua pela categoria <strong>de</strong> pessoa.<br />
Diss<strong>em</strong>os que, par se referir<strong>em</strong> a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do discurso, as duas primeiras pes soas se <strong>de</strong>sgarram<br />
<strong>da</strong> terceira para constituir e orientar, como el<strong>em</strong>entos fun<strong>da</strong>mentais, uma outra classe <strong>de</strong> signos<br />
ados <strong>de</strong>iticos.<br />
A analise <strong>de</strong> Benveniste (1988) trata as pronomes ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente pessoals como<br />
"indicadores <strong>de</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>"; a termo <strong>de</strong>iticos e reservado aos pronomes <strong>de</strong> valor<br />
<strong>de</strong>monstrativo e circunstancial, que mensuram as nOyoes <strong>de</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>/distancia no t<strong>em</strong>po e<br />
no espayo a partir <strong>da</strong> instancia discursiva que cont<strong>em</strong> eu, explicitamente au nao. Tamb<strong>em</strong><br />
indicam subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> as t<strong>em</strong>pos verbais, pautados que sao pelos t<strong>em</strong>pos do discurso; contudo<br />
nao sao alvo <strong>de</strong> nosso interesse.<br />
Os <strong>de</strong>iticos representados par tais pronomes se <strong>de</strong>ixam gular pelos indicadores <strong>de</strong><br />
subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (au <strong>de</strong> pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong>), mas se <strong>de</strong>screv<strong>em</strong> par urn trayo bastante peculiar, ausente