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digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

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na categoria <strong>de</strong> pessoa: sao tamb<strong>em</strong> indicadores <strong>de</strong> ostensao, fixam fronteiras espaclals e<br />

t<strong>em</strong>porais segundo 0 posicionamento do eu no momento do ato comunicativo.<br />

Nao obstante a escolha terminol6gica - que nao adotar<strong>em</strong>os, pois induimos os pessoais<br />

tamb<strong>em</strong> entre os dSiticos, Benveniste (1988) assevera, com proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que 0 trayo essencial<br />

que caracteriza todo um grupo <strong>de</strong> signos dSiticos e a relayao entre 0 indicador (quer seja <strong>de</strong><br />

pessoa, t<strong>em</strong>po ou lugar) e a presente instancia <strong>de</strong> discurso. Isso e 0 que, <strong>de</strong> resto, <strong>de</strong>fine a dSixis.<br />

Assim, estando <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong> <strong>da</strong> condiyao <strong>de</strong> pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou <strong>de</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a terceira<br />

pessoa gramatical <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha, no discurso, uma funyao <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente representativa. Nao<br />

lhe compete promover 0 elo entre 0 enunciado e a enunciayao, mas representar um outro<br />

segmento construido a partir do mesmo contexto discursivo, a que muitas vezes se t<strong>em</strong> chamado<br />

<strong>de</strong> "antece<strong>de</strong>nte". Eis por que, Lahud refina as proposiyoes <strong>de</strong> Benveniste (1988) ao associar 0<br />

ele a dimensao s<strong>em</strong>antica <strong>da</strong> "representayao anaf6rica":<br />

o ele nao e pessoal na exata medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que e anaforico; ou, que a<br />

dispari<strong>da</strong><strong>de</strong> entre eu/tu e ele, sobre a qual tanto insistimos, correspon<strong>de</strong> ao<br />

fato que ele "representa", ao passo que eu/tu sao signos <strong>de</strong> uma "rela«ao ao<br />

ato <strong>de</strong> fala". (Lalmd, 1979:118)<br />

Desse modo, <strong>em</strong> Benveniste (1988), a mesma linha <strong>de</strong>marcat6ria que separa os pronomes<br />

realmente pessoais eu/tll do pronome nao-pessoal ele tamb<strong>em</strong> divi<strong>de</strong>, respectivamente, os<br />

dSiticos e os anaf6ricos. Enquanto os dSiticos, organizados a partir dos indicadores <strong>de</strong><br />

subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (eu e tu) refer<strong>em</strong> a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> enunciativa, os anaf6ricos (representados por ele)<br />

nao indicam pessoa e nao participam, portanto, do componente subjetivo <strong>da</strong> lingua, uma vez<br />

que seu papel e outro: 0 <strong>de</strong> promover um elo referen<strong>da</strong>l entre dois termos <strong>em</strong> algum sentido<br />

presentes no contexto do discurso.<br />

Vista sob 0 plano <strong>da</strong> pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a separayao entre as classes <strong>de</strong> dSiticos e anaf6ricos ate<br />

pareceria bastante niti<strong>da</strong>, to<strong>da</strong>via n<strong>em</strong> mesmo na <strong>de</strong>scriyao <strong>de</strong> Benveniste (1988) a fronteira esta<br />

b<strong>em</strong> <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>. Uma vez que, para 0 autor, a nao-pessoa e 0 unico modo <strong>de</strong> uma instancia <strong>de</strong><br />

discurso nao r<strong>em</strong>eter a si pr6pria, entao, por uma questao <strong>de</strong> coerSncia, 0 que ele trata como<br />

<strong>de</strong>iticos (ou seja, pronomes <strong>de</strong>monstrativos e circunstanciais) tamb<strong>em</strong> <strong>de</strong>ve inserir-se no grupo<br />

<strong>de</strong> "terceira pessoa". E e exatamente isto que <strong>de</strong>clara 0 autor:

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